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O que fazer na mística São Thomé das Letras, em Minas Gerais

Conteúdo atualizado em 3 de agosto de 2024

Aproveitando as férias de julho das crianças, e como os 3 malinhas iam passar uns dias com os avós, resolvemos marido e eu fazer uma viagem curta a dois. Depois que voltamos de uma semana com a galera toda em Ilha Grande, despachamos os três e fizemos as malas novamente.

Fazia já algum tempo que planejávamos visitar as cidades históricas de Minas, só nós dois – achamos que seria uma viagem monótona e cansativa para nossos malinhas, que ainda são muito pequenos (6 e 3 anos). E apesar de ser relativamente perto, é uma viagem puxada pra fazer de carro (Minas é uma enganação: todas as cidades parecem que ficam a 60 km de distância umas das outras, mas ninguém diz que as estradas são mão dupla e cheias de curvas, quando não cheias de caminhões também, fazendo que uma viagem de meia hora se transforme em duas).

Saímos numa terça feira de manhã, com destino a São Thomé das Letras. Apesar de não fazer parte do circuito histórico, marido queria conhecer a cidade há tempos por causa de toda a aura mística e as histórias fantásticas que cercam a cidade. Fomos tranquilamente pela Rod. Pres. Dutra sentido Rio até a altura de Cachoeira Paulista, onde fica a saída para a estrada que leva ao sul de Minas. Seguimos as instruções do Waze e seguimos até Três Corações, de onde se pega a estradinha que vai até São Thomé.

Da estrada já começamos a entender o porquê do misticismo todo que envolve a cidade. No meio de todas aquelas montanhas verdinhas típicas de Minas, um paredão branco que parece neve, com uma cidadezinha encarapitada lá em cima.

Depois de subir o último trecho da estrada, um morrão que termina na cidade, ficamos surpresos em ver como era mesmo pequenininha. No caminho, uma pedreira já desativada, as ruas (muito irregulares) de pedra, várias casinhas revestidas de pedra, e ladeiras, muitas ladeiras. Seguimos em direção à praça da Igreja, onde há vários restaurantes e lojinhas.

Chegamos com muita fome depois de mais de 4 h de estrada, seguimos direto para um dos restaurantes de comida típica mineira – deliciosa por sinal. Aliás, em todos os lugares que comemos a comida era ótima, farta e barata.

Fomos então explorar o entorno. Ao lado da igreja matriz fica a gruta de São Thomé – que dá nome à cidade. A lenda diz que a imagem do santo apareceu ali várias vezes, e em sua homenagem foi erguida uma capela onde hoje é a matriz, dando origem ao povoado que se tornaria a cidade (informações completinhas da história toda aqui).

A gruta é um lugar muito interessante mesmo: uma pedrona, com uma passagem no meio, e uma escada lateral que dá acesso à parte de cima, de onde se tem uma vista fantástica da cidade e arredores. É impressionante a altura e o tanto que dá pra se ver de lá.

Nessa hora lamentei e agradeci por não estar com os malinhas… lamentei porque eles iriam adorar aquela sensação de estar nas alturas, mas fiquei feliz porque iríamos ficar super tensos de medo que caíssem. Não há parapeito nem proteção de nenhuma forma, de modo que aconselho que, se levar crianças, fique muito atento o tempo todo. E isso valeu para todos os passeios que fizemos por lá – tudo muito alto e/ou inseguro.

Dali pegamos o carro e subimos mais um pouco em direção ao Parque Municipal Antonio Rosa, onde ficam os pontos turísticos mais famosos da cidade: o Cruzeiro, a Pedra da Bruxa, o Mirante e a Pirâmide. Na verdade, nem nos atentamos que deveria haver uma entrada para o parque, fomos pegando as ruas que subiam sem parar até chegarmos à Pedra da Bruxa.

Essa pedra é uma formação de rochas numa das partes mais altas da cidade. Tem esse nome porque de determinado ângulo parece o perfil de uma bruxa… meio forçado, mas combina com a aura de mistério da cidade.

Em toda parte há piramidezinhas montadas com as pedras da região. Marido montou a nossa!

Dali seguimos para o Mirante, que nada mais é que o final de um paredão de pedra… um abismo, de onde se vê o outro lado do morro onde fica a cidade. Muito alto mesmo. Eu como morro de medo de altura, não consegui ir até a pontinha.

O cruzeiro fica nesse caminho, mas nada mais é que um crucifixo num ponto bem alto.

Dali fomos até a pirâmide, que na verdade não é uma pirâmide e sim uma casinha em cima da pedra, com uma escada por onde é possível subir no teto… que tem forma de pirâmide. Dizem que ali é o melhor lugar pra ser abduzido por extraterrestres (inclusive há um cartaz ilustrado dentro da casa dizendo isso), mas não posso garantir… Me perdoe quem realmente acredita nisso, mas é meio cômico levar a sério esse assunto. Na verdade acho que com a substância correta dá pra acreditar em qualquer coisa!

Depois dessas experiências transcendentais pegamos o caminho de volta até o carro e fomos procurar uma pousada para passar a noite. Voltamos até a entrada da cidade para ver a igreja de pedra, outro ponto turístico famoso. Estava fechada pois abre somente em horários específicos, então não vimos por dentro. Eu confesso que não estava muito animada e achava que já tinha visto tudo, mas marido insistiu pra que ficássemos e no dia seguinte fôssemos conhecer as cachoeiras da região, o que valeu muito a pena. As pousadas da cidade são bem simplezinhas, e depois de rodar um pouco paramos na que parecia mais bonitinha e bem próxima à matriz, a Pousada Arco Iris (todos os lugares têm nomes meio hippies). O interessante é que as instalações da pousada estão espalhadas ao longo de um quarteirão inteiro, em casas antigas reformadas. O atendimento foi ótimo e nos deram até um desconto na diária por ser dia de semana.

Descansamos um pouco antes de jantar, e depois seguimos para o entorno da igreja. Comemos uma pizza deliciosa e fuçamos em todas as lojinhas. Se você gosta de incenso e artigos esotéricos em geral, aqui é seu lugar – cristais, pirâmides, roupas com desenhos indianos, caixinha para guardar maconha (!), vassouras de bruxa, bruxinhas de pano… tem de tudo e mais um pouco. Em todos os lugares há casinhas pequenininhas feitas de pedra pra vender.

No dia seguinte, após o café da manhã (com pão de queijo feito na hora!) fizemos check out e pegamos o carro para explorar as cachoeiras. Saímos da cidade sentido Baependi, já estrada de terra, e encontramos a entrada para a Cachoeira Eubiose. Fica dentro de uma propriedade particular e pagamos 5 reais cada um para entrar. É uma trilha curtinha e muito fácil até chegar na cachoeira, que é bem bonita, e no caminho vimos um monte de passarinhos.

Seguimos em frente em busca da Cachoeira do Flavio, mais terra e um sol de rachar coco. As placas nem sempre são fáceis de ver, mas com um pouco mais de atenção é possível encontrar as direções. Essa cachoeira nem trilha direito tem, é preciso sair da estrada principal e andando um pouquinho chega-se nela.

Seguimos em frente até as cachoeiras Véu de Noiva e Paraíso. A entrada para as duas é no mesmo local. A trilha para a primeira é curta mas bem íngreme, e a cachoeira é daquele tipo mais pra olhar pois não dá pra chegar muito perto.

Já a segunda tem até uma prainha, e a trilha é um pouco mais fácil (embora para chegar no pé dela seja preciso atravessar um riozinho). Bom, eu não sou uma pessoa muito de cachoeiras mesmo, nem estava preparada para entrar na água, mas quem curte pode entrar e passar um tempo ali. Nesse mesmo sentido há várias outras cachoeiras, fomos apenas nessas mais perto e mais conhecidas.

Pegamos o carro e voltamos tudo para pegar a estrada no sentido do Distrito de Sobradinho, o plano era conhecer a Gruta de Sobradinho, que nos falaram que era bem interessante. Aí é preciso andar bastante, são mais de 20 km de terra… a estrada estava boa, mas judia um pouco do carro e é meio cansativo. No meio do caminho há um spa eco-místico (sim, isso existe) e uma cachoeirinha (da Lua).

Sobradinho mesmo não tem nada, é uma vila bem pequenininha, com a igrejinha no meio. Queríamos almoçar lá mas nem encontramos um lugar, era uma quarta-feira e já bem passado da hora do almoço.

Um pouco antes de Sobradinho há uma entrada de fazenda que dá acesso à gruta. Sobe-se até uma sede, onde há um bar e uma lojinha, e lá há guias que levam até a gruta (cobram R$30 por pessoa, e fornecem o capacete e uma lanterna). Eu, inocente, imaginei uma gruta semelhante à que existe na cidade, um pouco mais longa – por isso a necessidade de lanterna e capacete – mas tipo um buraco mesmo. Já fiquei meio desconfiada quando nos informaram que molharíamos os pés, mas ainda assim… marido estava empolgado, então lá fomos nós, totalizando um grupo de 6 pessoas mais o guia (e um cachorro, que nos seguiu por todo o caminho e me deixou mais nervosa, pois ele esbarrava na gente o tempo todo).

A gruta era na verdade um túnel no meio da pedra, com água no fundo (em algumas partes molhava até a altura do joelho), morceguinhos no teto, e ao final uma cachoeira. Pra quem tem claustrofobia como eu, o fato de ter que andar agachada no escuro e não ver a saída durante o caminho todo me deixou meio apavorada.

Marido adorou a experiência e já fez planos de conhecer outras grutas. Eu dispenso, obrigada. (Vale ressaltar que o caminho é bem curto, o guia nos auxiliou o tempo todo, na verdade não é especialmente perigoso… mas pra quem tem zero de atração por adrenalina como eu, não recomendo).

Depois de toda essa emoção e mais a caminhadinha de volta à sede da fazenda – sim, porque o caminho que fizemos por dentro da gruta tinha que ser refeito pela parte de fora – pegamos o carro e seguimos de volta para São Thomé para almoçar.

Depois de toda essa emoção e mais a caminhadinha de volta à sede da fazenda – sim, porque o caminho que fizemos por dentro da gruta tinha que ser refeito pela parte de fora – pegamos o carro e seguimos de volta para São Thomé para almoçar.

Para completar a experiência mística, resolvemos conferir a ladeira do Amendoim antes de partir – a tal ladeira onde os carros sobem ao invés de descer. Pra chegar lá, na estrada sentido Três Corações, pegamos a entrada para a pedreira (havia uma plaquinha indicando ladeira do Amendoim) e seguimos até praticamente a portaria. A sensação era de estar num lugar plano… e o carro mesmo desligado começou a andar para trás!! Cabuloso, como diriam amigos meus. Pesquisei a história desse lugar e a explicação mais lógica é que na verdade é uma descida – por isso o carro anda – e não plano. Mas sei lá, dizem que lá perto tem uma gruta cujo final é em Machu Pichu, então pode rolar um magnetismo misterioso mesmo rsrs

Seguimos então para a parte II dessa viagem, rumo a São João Del Rey, post completo aqui.

Resumão:

Sites úteis para consulta:

www.visitesaothome.com.br

www.saotomedasletras.net.br

->> O blog Viagens de Cá pra Lá também tem um post de São Thomé das Letras com detalhes de mais algumas cachoeiras, vale conferir aqui: O que fazer em São Thomé das Letras a cidade mística

Hospedagem:

Pousada Arco Iris – www.pousadaarcoiris.com.br

Preço – R$190 o casal (lembrando que, apesar de ser julho, nos hospedamos numa terça-feira), café da manhã (maravilhoso!!!) incluído

Preços:

Entrada para cachoeira Eubiose – R$ 5/pessoa

Passeio guiado para a Gruta de Sobradinho – R$ 30/pessoa

Conclusões:

Foi uma viagem bem, digamos, pitoresca. Não somos nada místicos, marido e eu, então não levamos muito a sério todo o esoterismo do lugar (na verdade achamos engraçadíssimo as agências de turismo venderem pacotes de “vigilância ufológica”… nos perdoe se acredita!). Mas sem dúvida é uma cidade diferente e valeu a pena conhecer, com um astral e uma história bem distintos do resto das cidadezinhas de Minas.

Não acho que seja um passeio bom para crianças pequenas. Eu não levaria meus malinhas, pois se cansariam demais e ficaríamos o tempo todo preocupados com eles, mas marido ficou bem empolgado em levar o filho mais velho pra fazer a exploração da gruta – e acho que ele curtiria bastante mesmo. Acredito que possa ser legal com crianças mais velhas, se tiverem espírito aventureiro. Mas vimos várias famílias, com bebês inclusive, nas cachoeiras mais fáceis de chegar… acho que depende do gosto da família mesmo.

Um outro senão do lugar foi a quantidade de cachorros de rua (de novo, em Ilha Grande foi a mesma coisa). Chegou a incomodar estar fazendo uma refeição numa mesinha ao ar livre e os cachorros praticamente colocando a boca na mesa junto com a gente. Até na trilha para a gruta tinha um nos acompanhando!

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Quem Somos

Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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