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Entre Minas e São Paulo: o que fazer em Andradas e Espírito Santo do Pinhal

Conteúdo atualizado em 25 de julho de 2024

Vamos abrir esse post nos localizando: Espírito Santo do Pinhal e Andradas ficam a meio caminho entre Campinas e Poços de Caldas, uma de cada lado da divisa – Pinhal em SP e Andradas em MG – e distantes pouco mais de 20 km uma da outra. Ambas têm forte tradição de cultura de café e vinícolas, por conta do tipo de solo e do clima montanhoso.

“Mas afinal como é que vocês descobriram esses lugares que ninguém nunca tinha ouvido falar???” – começaram a nos perguntar assim que começamos a postar, no Facebook e no Instagram, as fotos dessas “microférias” de janeiro (2 dias de semana sem os malinhas!). E são duas as respostas: essa reportagem da revista Viagem e Turismo – 5 lugares em São Paulo com cara de Europa -, e o comentário de uma leitora à minha publicação dessa reportagem no Facebook, onde eu dizia que dos 5 lugares já conhecíamos 3, falando sobre como Andradas era pertinho e mais legal ainda que Espírito Santo do Pinhal, citada na reportagem.

Para quem ficou curioso mas com preguiça de abrir o link, os 5 lugares são:

  1. o Lavandário, em Cunha
  2. a Vinícola Guaspari, em Espírito Santo do Pinhal
  3. Holambra, no interior de São Paulo
  4. Paranapiacaba, na região metropolitana de São Paulo
  5. o Ski Mountain Park, em São Roque

Aqui vale uma observação interessante: já havíamos notado em algumas estradas que, assim que se sai do estado de SP para outro (RJ ou MG, por exemplo), as condições da rodovia pioram sensivelmente. No trecho entre Espírito Santo do Pinhal e Andrades é impossível não notar quando a SP-346 vira MG-455, até o asfalto é diferente! Nada que atrapalhe o passeio, porém, pois se anda muito pouco do lado de Minas.

>> Leia também: Uma lista de estradas incríveis no Brasil


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O que fazer em Espírito Santo do Pinhal (SP)

Espírito Santo do Pinhal é uma pequena cidade paulista, quase na divisa com Minas Gerais, cuja história e desenvolvimento estão ligados à cultura do café. Assim como muitos outros municípios do estado de São Paulo, na região de Pinhal havia muitas fazendas de café no início do século XX, o que trouxe também a influência de imigrantes europeus, contratados para trabalhar nas lavouras.

Além da Igreja Matriz, localizada na Praça da Independência (bem simpática e sempre cheia de gente sentada nos banquinhos, a qualquer hora do dia), outros pontos de interesse são o Theatro Avenida de Pinhal e o Lago Municipal, um parque muito bonito, localizado um pouco mais distante do centro.

E claro, há a famosa Vinícola Guaspari do artigo da revista, mas não chegamos a conhecê-la porque só há visitas aos finais de semana, e fomos pra lá numa quarta-feira. A Guaspari ficou famosa por fornecer vinhos para restaurantes estrelados em São Paulo – embora haja diversas outras vinícolas pela região, ela acabou se destacando pela qualidade dos vinhos. Ela oferece diversos tipos de visita, todos os detalhes estão no site Vinícola Guaspari.

O que fazer em Andradas (MG)

A vizinha mineira Andradas tem, digamos, menos glamour e mais cara de cidadezinha típica de interior de Minas. Mas é lá fica a estrela turística da região: o Pico do Gavião, considerado um dos melhores pontos de voo livre do Brasil e onde acontecem vários campeonatos importantes dessa modalidade.

O pico tem pouco mais de 1600 m de altitude e fica a cerca de 25 km de Andradas, pegando-se a estrada sentido Poços de Caldas. Na metade do caminho, mais ou menos, há indicação de saída para uma estrada de terra bem conservada e sinalizada. Há um ponto onde é necessário atravessar um riozinho com o carro, mas nada de assustar – nosso carro não é 4×4 mas é alto, então foi bem tranquilo. Passa-se no meio de fazendas com muito gado e oliveiras, pois além de vinho, a região também produz muitos azeites de qualidade. Essa estrada também é parte do Caminho da Fé, uma rota de peregrinação que termina em Aparecida, e vimos várias placas indicativas (com flechinhas amarelas) do caminho e algumas pessoas andando.

Já bem pertinho há uma guarita, onde cobra-se 10 reais por pessoa para subir pois aquela área é propriedade privada, administrada pelo clube de voo livre Pico do Gavião Esportes e Aventura. É uma subida íngreme mas a estrada é boa e há um estacionamento lá em cima, assim como uma certa infraestrutura: banheiros, bebedouros e uma lanchonete, que só funciona aos finais de semana.

A vista lá de cima é mesmo fantástica! Tivemos sorte de estar um dia perfeito, céu azul com algumas nuvens. O pico fica bem na divisa entre SP (Águas da Prata) e MG (Andradas) e num dia com céu claro é possível ver as cidades no seu entorno, até Poços de Caldas. Quem quiser se aventurar e fazer o voo pode contratar ali mesmo.

Muita gente fica ali até o anoitecer para ver o pôr-do-sol, que deve ser mesmo magnífico. Vale voltar ali um dia só pra isso!

Em Andradas fica também a Vinícola Casa Geraldo, localizada a poucos quilômetros do centro da cidade, que nos chamou a atenção quando pesquisamos por ter também um restaurante famoso na região. O restaurante estava fechado pois só abre aos finais de semana, mas tivemos sorte pois havia disponibilidade para a visita à vinícola. [atualização 2024: os tipos de passeios, assim como a disponibilidade deles, mudaram bastante desde quando estivemos lá – confira os detalhes no site Passeios Casa Geraldo]

Segundo o sommelier que nos guiou na visita, a tradição vinícola ali na região é muito antiga. Ao contrário da região de Jundiaí, colonizada por italianos que vieram trabalhar nas lavouras de café e trouxeram consigo o costume de fabricar seu próprio vinho, na região de Andradas o intuito sempre foi plantar uvas para produção de vinho, formando uma outra cultura forte junto a da já estabelecida cultura de café. Aliás, ali aprendemos que terras boas para café também são boas para videiras.

A fábrica não é grande e o processo, apesar de mecanizado em vários pontos, ainda é bastante artesanal do ponto de vista industrial. Passamos pela fermentação e pelo engarrafamento, e pudemos experimentar um espumante direto da torneirinha, ainda não engarrafado. Deu para perceber que a estratégia deles de mercado é atuar em várias frentes, desde os vinhos finos de mesa, aqueles bem docinhos (são mais doces porque recebem adição de açúcar) e considerados pouco nobres, até vinhos mais encorpados, que agradam paladares mais exigentes e são envelhecidos em toneis de carvalho importados, que ficam em outra sala. Tanto é assim que os rótulos levam marcas diferentes: Casa Geraldo são os mais finos, Campino são os mais populares e baratos. Experimentamos um pouco de todos e ao final da visita, compramos alguns na lojinha. Experimentamos também o azeite produzido ali (maravilhoso!) e o suco de uva.

Qual a melhor época para conhecer a região?

Para conseguir passear com calma, recomendamos no mínimo um fim de semana, a fim de poder conhecer a Guaspari e almoçar no restaurante da Casa Geraldo. Para quem se interessa por enoturismo, a região é um prato cheio, pois há outras vinícolas que podem ser visitadas.

Os fins de semana também costumam ser mais movimentados no Pico do Gavião, assim como os dias de competição de voo lotam as pousadas por ali.

Onde se hospedar?

Espírito Santo do Pinhal é uma cidadezinha bem mais bonita que Andradas, e eu super recomendaria a pousada em que nos hospedamos, a Villa do Poeta (reservamos pelo Booking). Adoramos os detalhes da decoração, o quarto super espaçoso e com uma sacadinha para o quintal, as obras de arte (muitas à venda) espalhadas pelo prédio. Todos os funcionários muito simpáticos. Vale dizer que a pousada não tem estacionamento, mas a rua é bem tranquila (assim como a cidade em geral).

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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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Respostas de 18

  1. Gostei muito de aprender sobre a região com o seu post! Não sabia que era produtora de vinhos. O sul do Brasil é tão famoso na vinicultura que acabammos conhecendo pouco outras áreas do Brasil que também são produtoras. Fiquei com vontade de visitar. 🙂

  2. Ah, meus pais conheceram a vinícola Guaspari e adoraram. Voltando de Poços de Caldas uns 3 anos atrás, paramos na Vinícola São Geraldo em Andradas. Quando era adolescente cheguei a ir na fazenda de uma conhecida em Espírito Santo do Pinhal, mas nem conheci a cidade. Sempre tem coisas interessantes pra fazer em várias cidades pelo interior né? Mas às vezes muitas coisas não são divulgadas como deveriam ser…

  3. Esse Brasil não cansa de nos surpreender. Nunca tinha ouvido falar dessa região de Espírito Santo do Pinhal e Andradas. Ali por perto só conheço Poços de Caldas mesmo. Essa vinícola Casa Geraldo parece bem interessante.

  4. Andradas é coladinha em Poços de Caldas, que tem muito mais estrutura turística. Compensa se hospedar em Poços e ir conhecer as vizinhas… Conheço toda a região e não acho q vale a pena uma viagem só pra Andradas ou Pinhal…

  5. Oi! Estou aqui novamente visitando a sua "coluna de viagens a dois" para me inspirar e sonhar em fazer em breve! Estou encantada por esse trechinho entre Minas e São Paulo. Eu particularmente amo essa região e conheço parte dela, aos poucos vamos explorando mais. Andradas e Espírito Santo do Pinhal já estou louca por conhecer e tentar fazer essa viagem com meu marido! Adorei as dicas, você tem em inspirado!

  6. Que dicas boas! Estamos mesmo procurando lugares aqui perto para viajar de carro. Essas são excelentes opções.Já fomos para outros lugares próximos, mas não conhecemos essas duas cidades.

  7. Essa região entre Minas e São Paulo tem muita coisa bacana. Já conheci alguns lugares por aí, o Lavandário de Cunha foi um dos que mais gostei. Agora já coloquei outros na lista!

  8. Andradas tem uma beleza natural exuberante, cachoeiras e vales lindos, sem contar que são mais de 10 adegas desde as artesanais as industriais, repleta de confecções e fabricas de móveis e as de bolachas caseiras tipo beliscão e nata, vale o passeio.

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