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Santuário, Bondinho e Porto: um guia completo do que fazer em Aparecida

A cidade de Aparecida, no Vale do Paraíba em São Paulo, é nacionalmente conhecida pelo Santuário Nacional de Aparecida. Imponente e gigante, visível de longe, a basílica atrai milhares de romeiros o ano todo e em especial no mês de outubro, próximo ao dia 12 de outubro, feriado nacional e Dia de Nossa Senhora Aparecida.

Por ser o templo mais importante da Igreja Católica no Brasil, muita gente visita a cidade de Aparecida apenas com o intuito de conhecer a Basílica e assistir a uma das várias missas celebradas durante o dia – o chamado turismo religioso. Aqui na nossa região do Vale do Paraíba (somos de São José dos Campos, a 80 km de Aparecida) é muito comum que as pessoas façam bate-volta com essa intenção.

lateral do Santuário Nacional

Mas independente da crença (ou descrença rsrs), Aparecida carrega uma forte tradição de cultura popular, onde o encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida em 1717, no rio Paraíba, deu origem a tudo que vemos hoje.

Nós fomos visitar a cidade em julho/2025 e comprovamos que os passeios na cidade podem interessar a todos, católicos ou não. Neste post vamos contar um pouco do que é possível fazer em Aparecida e suas principais atrações.


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Um pouco sobre a história da cidade

A origem da cidade está intrinsecamente ligada à história da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a Padroeira do Brasil. Tudo começou em 1717, quando a imagem da santa foi encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul. Os milagres atribuídos à imagem fizeram com que a fé na santa se consolidasse rapidamente na região e em 1745 foi construída uma capela para abrigar a imagem. Ao redor dessa capela, fiéis e os primeiros residentes começaram a se estabelecer, dando origem ao povoado. Quase um século depois, foi criada a freguesia de Aparecida, subordinada a Guaratinguetá.

O desenvolvimento da freguesia foi tanto que resultou na emancipação de Aparecida em 1928, quando tornou-se um município independente de Guaratinguetá. Nesse meio tempo, a demanda de fiéis levou à construção da Basílica Velha (inaugurada em 1888) e, posteriormente, da Nova Basílica de Nossa Senhora Aparecida em 1980, que hoje é o maior centro de peregrinação religiosa da América Latina.

Em resumo, a cidade de Aparecida nasceu e cresceu em torno do santuário e da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Distante 170 km da capital, hoje a cidade tem pouco mais de 32 mil habitantes e vive em função do turismo religioso.

Curiosidade: por que muitos chamam a cidade de “Aparecida do Norte”?

Ao contrário do que possa parecer, o “do Norte” não está relacionado à geografia e sim à história do transporte ferroviário na região, que facilitou a chegada de romeiros à cidade da Padroeira do Brasil.

Os romeiros que partiam de São Paulo embarcavam na Estação do Norte, no bairro do Brás, e diziam que seu destino era “Aparecida da Estação do Norte”. Com o tempo, a expressão foi encurtada popularmente para “Aparecida do Norte”.

A construção da Estação de Aparecida foi um marco importante para a cidade, tendo sido, inclusive, um agradecimento de Dom Pedro II à Nossa Senhora Aparecida. A facilidade de acesso proporcionada pelo trem aumentou consideravelmente o fluxo de peregrinos, consolidando ainda mais a cidade como um polo de fé e devoção.

O apelido “Aparecida do Norte” acabou se tornando parte da cultura popular brasileira, sendo eternizado na famosa música de mesmo nome da dupla Tonico & Tinoco. Só vale ressaltar que o nome oficial do município paulista é, e sempre foi, apenas Aparecida.

Santuário Nacional de Nossa Sra. Aparecida: Circuito de visitação

Nem é preciso dizer que a grande estrela e maior atração da cidade de Aparecida é a monumental Basílica Nova, inaugurada em 1980. A imensa maioria dos turistas são devotos, que costumam fazer um bate-volta apenas para assistir à missa ou agradecer por algo.

Mas o que poucos sabem é que há um Circuito de Visitação a todo o complexo do santuário, que é bem mais que somente o templo religioso e pode interessar a todos os demais turistas. Fazem parte desse complexo:

  • Imagem original de Nossa Senhora Aparecida, encontrada no Rio Paraíba do Sul em 1717, que está exposta num nicho protegido atrás do Altar Central. A entrada é gratuita e há sempre fila para vê-la.
  • Torre Brasília, onde ficam o Museu Nossa Senhora Aparecida, com objetos históricos, culturais e religiosos, e um mirante panorâmico com a história da cidade.
  • Visitação à Cúpula, o ponto alto para quem quer ver os detalhes arquitetônicos e apreciar a grandiosidade do edifício.

Dica: Se estiver de carro, há um estacionamento enorme em frente à basílica, mas é pago e em feriados e outras datas religiosas fica lotado de carros e ônibus de excursão. A alguns metros dali, e acessível por uma passarela que passa por cima da avenida, há um centro comercial com estacionamento gratuito.

Nicho da Imagem

O nicho da imagem, onde a imagem original de Nossa Senhora Aparecida está exposta, pode ser acessado através de uma das laterais do santuário. O local é protegido por um vidro à prova de balas e tem uma iluminação especial para que todos possam ver os detalhes da imagem sem que isso a danifique.

Essa imagem original teria sido encontrada pelos pescadores João Alves, Felipe Pedroso e Domingos Garcia em outubro de 1717, no rio Paraíba do Sul, e seria uma imagem de Nossa Senhora da Conceição feita de terracota, com 36 cm de altura e 2,5 quilos. Ela veio para os pescadores em dois pedaços: primeiro o corpo e, em seguida, a cabeça. Como ela foi “aparecida”, o nome encaixou perfeitamente e o episódio foi considerado um milagre. Mas como ela foi parar no rio? A principal teoria é que tenha sido jogada na água por alguma pessoa que queria se livrar da imagem, que estava quebrada.

Acredita-se que a cor verdadeira da imagem não era negra, mas que ficar anos submersa na água fez com que ela ficasse escura. Em um país com grande parte de população negra, muitas pessoas se viram representadas pela imagem e isso fez com que o carinho dos brasileiros fosse ainda maior pela santa, o que explicaria tamanha devoção.

Mirante panorâmico e museu na Torre Brasília

Numa das torres da basílica, a Torre Brasília, ficam o mirante panorâmico e o Museu Nossa Senhora Aparecida. Para fazer esses passeios é preciso adquirir os ingressos, vendidos no subsolo da igreja ou nos guichês dentro do Centro de Apoio ao Romeiro, que fica a alguns metros da basílica. O passeio pode incluir ou não a visitação à cúpula, que falaremos em seguida (dica: compre o ingresso para o passeio completo, a visita à cúpula é imperdível!).

O mirante da Torre Brasília oferece uma vista panorâmica de 360º da cidade e da região do Vale do Paraíba. Nas paredes, um histórico da cidade desde antes da chegada dos portugueses: os povos indígenas que ali habitavam, a colonização e a ocupação pelos europeus, até a emancipação da cidade, passando pela construção das igrejas e capelas até a construção do Santuário. A subida até o mirante é feita por um elevador.

mirante da Torre Brasília no Santuário Nacional

Na mesma torre fica o Museu Nossa Senhora Aparecida, um espaço de dois andares que conta com exposições permanentes e temporárias sobre diversas temáticas, tendo como pano de fundo a história da devoção à Padroeira do Brasil. O interessante é que o acervo se iniciou com uma coleção reunida pela professora Conceição Borges Ribeiro, a partir da coleta de objetos pela região, com destaque para as peças indígenas. Não é permitido filmar ou fotografar dentro das salas do museu, o que é uma pena, há muitas peças interessantes.

Circuito de Visitação à Cúpula

A visita à cúpula do Santuário Nacional de Aparecida é um passeio imperdível para quem gosta de arquitetura e história. Como havíamos comprado os ingressos do passeio completo, já saímos do Museu Nossa Senhora Aparecida direto para o elevador que leva até a cúpula.

No caminho para a cúpula há uma exposição bem interessante em memória aos 300 anos do encontro da imagem no rio. Mais de cem objetos podem ser vistos ali, como medalhas comemorativas, imagens feitas por artistas locais e uma réplica da coroa da imagem.

Finalmente chegamos à cúpula! Situada a mais de 50 metros do altar central da igreja, a vista lá de cima é impressionante! Nos corredores, há painéis com informações sobre os detalhes dos azulejos e da criação dos desenhos, repletos de simbologia, um trabalho lindíssimo.

Já dos balcões, uma visão panorâmica do interior da basílica e dos seus lindos painéis, além dos detalhes do teto.

A visitação à cúpula inclui também percorrer as fachadas norte e sul, onde é possível ver de pertinho os mosaicos lindíssimos que representam diferentes passagens da bíblia. Soubemos inclusive que é um trabalho ainda em andamento, pois ainda faltam partes a serem finalizadas.

Na descida, é possível ver de perto o altar principal e parte dos vitrais, finalizando o circuito de visitação à cúpula.

Mais informações sobre os tipos de visita, oferta de visitas guiadas e audioguias, preços e horários podem ser encontradas aqui: Circuito de Visitação à Cúpula.

É possível também fazer um tour completo na Basílica pela Civitatis, veja detalhes abaixo:

Basílica Velha ou Basílica Histórica

A Basílica Velha, oficialmente Matriz Basílica de Nossa Senhora Aparecida ou Basílica Histórica, foi o primeiro santuário construído para abrigar a imagem de Nossa Senhora Aparecida após sua descoberta no Rio Paraíba. Tombada como patrimônio histórico desde a década de 80, ela ainda atrai muitos devotos.

Ela fica localizada no centro da cidade e é ligada à nova Basílica pela Passarela da Fé, um caminho para pedestres de cerca de 400 metros de distância, em formato de S e que permite uma visão panorâmica da cidade.

Nós fomos até lá de carro (pois de lá já pegaríamos o caminho de volta pra casa) mas não recomendamos. O centro da cidade de Aparecida é caótico e o entorno da igreja é cheio de lojas populares, ambulantes e muitas pessoas em situação de rua. Uma pena, pois há vários prédios históricos em péssimas condições, o que causa uma má impressão logo à primeira vista.

Parque Três Pescadores

Atração relativamente nova na cidade (inaugurado em 2024), o Parque Três Pescadores ocupa grande parte do local conhecido como Porto Itaguaçu, ponto do Rio Paraíba onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora.

Combinando natureza com história popular, mais o adicional da devoção religiosa (afinal, estamos falando de Aparecida!), o parque oferece alguns passeios bem bacanas.

A primeira atração do parque, logo na entrada, é a Vila dos Pescadores. Trata-se de uma área que replica as moradias dos pescadores que encontraram a imagem no rio em 1717.

Em seguida vem o Percurso Ecológico, um caminho em meio a uma pequena reserva de Mata Atlântica, com informações sobre a fauna e a flora local. Distribuídos ao longo desse caminho ficam os Painéis dos Milagres, sete obras em alto-relevo que retratam os milagres atribuídos à Nossa Senhora Aparecida.

O cais do Porto Itaguaçu fica no meio do Percurso Ecológico. É dali que sai o passeio de balsa pelo Paraíba, que vai até o ponto onde supostamente os pescadores encontraram a imagem. Durante o trajeto, um guia vai contando detalhes dessa história. Esse passeio é pago à parte (é preciso adquirir o combo parque + balsa na bilheteria), mas recomendamos muito!

O Refúgio das Aves era um dos locais que estávamos mais curiosos para conhecer. Trata-se de um espaço fechado dentro do parque, dedicado ao acolhimento e reabilitação de animais silvestres (principalmente aves) que foram resgatados de tráfico ou maus tratos. Um verdadeiro viveiro de imersão!

Além de todas essas atrações que são pagas (os ingressos são vendidos logo na entrada do parque), pode-se acessar gratuitamente o centro de visitantes, onde há restaurantes e lojinhas, e a Capela da Pesca Milagrosa.

Informações sobre horários, preços e funcionamento do parque podem ser encontradas aqui: Parque Três Pescadores.

Outros passeios em Aparecida

Além das atrações que citamos aqui, vale mencionar também o Aquário de Aparecida, o Bondinho e o Trem do Devoto.

O Aquário de Aparecida é uma ótima opção de passeio para quem estiver com crianças. Localizado perto do Centro de Apoio ao Romeiro, funciona todos os dias. Mais informações aqui: Aquário de Aparecida.

O Bondinho de Aparecida é um teleférico que liga o Santuário Nacional ao Morro do Cruzeiro, passando por cima da cidade e da Rodovia Pres. Dutra. O trajeto, feito em cabines fechadas para até 6 pessoas, tem pouco mais de um quilômetro e alcança uma altura de 115 metros. Informações sobre o funcionamento, preços e horários aqui: Bondinho de Aparecida.

O Trem do Devoto é formado por réplicas de maria-fumaça que fazem o trajeto entre o Porto Itaguaçu (onde fica o Parque Três Pescadores) e a Cidade dos Romeiros (um complexo comercial próximo à basílica). Pode ser uma boa maneira de se locomover entre o parque e o santuário. Detalhes de horários e funcionamento aqui: Trem do Devoto.

Onde se hospedar em Aparecida

Aparecida é uma cidade bem pequena, que ainda luta para se estruturar em termos de turismo. Como o volume principal de turistas é de devotos e romeiros, que chegam em excursões ou por conta própria para passar algumas horas na cidade, é possível perceber que há uma boa estrutura para esse tipo de turista: tudo em volta da basílica é novo e funcional, de banheiros a restaurantes e postos de informação.

Mas em termos de hospedagem, a cidade ainda tem muito a melhorar. Há algumas opções bem simples e outras um pouquinho melhores, e as mais afastadas da basílica normalmente oferecem transporte até lá. Clique no banner abaixo para ver algumas opções:

Melhor época para ir à Aparecida

A não ser que você seja romeiro ou esteja pagando alguma promessa, aconselhamos fortemente a evitar a cidade no dia 12 de outubro – que é o Dia da Padroeira – e algumas semanas antes e depois dessa data. A cidade fica tomada de fiéis e a confusão de pedestres, ônibus e carros é grande. Além disso, o caminho até Aparecida fica cheio de romeiros que vão até lá caminhando, o que torna a viagem bem perigosa. Moramos no caminho (em São José dos Campos) e sabemos bem como fica a Rod. Presidente Dutra nessa época.

É bom também evitar outros períodos de feriados religiosos, como Semana Santa e Natal que, embora não sejam como 12 de outubro, ainda assim são muito procurados pelos católicos.

Vale também dizer que no verão faz muito calor na cidade e andar a pé sob um sol inclemente pode atrapalhar o passeio. Se puder, faça como nós: fomos num dia de semana no meio do mês de julho e aproveitamos todos os passeios ao ar livre sem nenhum desconforto.

Explore outros destinos de turismo religioso ao redor do mundo!


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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 15 e 12 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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