Monte Verde é um pequeno distrito de Camanducaia (MG), cheio de pousadas e hotéis fofinhos com lareira, que concorre com Campos do Jordão quando o assunto é destinos de inverno e para casais. Embora tenha crescido bastante nos últimos anos e se estruturado melhor para atender os turistas, Monte Verde continua pequenininho e suas principais atrações (além de namorar e comer, pois também tem restaurantes ótimos!) estão no seu entorno, nas montanhas com lindas vistas para os arredores. Já havíamos passado um feriado prolongado por lá quando ainda éramos um casal sem malinhas, mas voltamos com eles já crescidinhos e como somente namorar e comer não era uma opção, seguimos para as trilhas!
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Passamos 4 dias por lá, no total: chegamos numa segunda-feira e voltamos na quinta. Na nossa opinião é tempo suficiente para fazer os principais passeios e zanzar pelas lojinhas e restaurantes sem pressa – mesmo porque comer faz parte dos atrativos desse lugar! Ainda bem que subir morro queima calorias rsrs
O que fazer em Monte Verde
Trilhas em Monte Verde
Começamos as trilhas pela Pedra Redonda. Dá pra ir de carro até o início da trilha propriamente dita: é só seguir pela Av. Monte Verde (a de entrada na cidade) e virar à direita depois da pracinha do coreto, chamada Av. das Montanhas. Aí é só seguir subindo – não se impressionem com o nome de avenida, na verdade é uma estrada de terra com trechos bem ruinzinhos. Uma última ladeira bem íngreme, e que estava meio barrenta no dia em que fomos (tornando a subida meio tensa, pois nosso carro não é 4×4) leva a um estacionamento e ao começo das trilhas da Pedra Redonda, do Chapéu do Bispo e da Pedra Partida, os três picos mais famosos dali. Paga-se 10 reais pra deixar o carro (dá pra parar antes e não pagar nada), e uma pessoa responsável pelo estacionamento nos contou um pouco sobre as trilhas, e informou que ali havia banheiros e água pra quem precisasse.
A trilha para a Pedra Redonda é considerada fácil – é bem sinalizada e vimos muitos grupos guiados, muitas crianças e gente de mais idade, assim como uma porção de incautos calçando chinelo e sapatilha, como sempre. Como havia chovido bastante no dia anterior, muitos trechos estavam barrentos e as pedras escorregadias, mas com sapatos adequados dava pra encarar.
O início é realmente bem tranquilo e pouco íngreme, em alguns trechos há degraus feitos com madeira, e após passar literalmente atrás da pedra, subindo umas escadinhas, chega-se num mirante. Ali dá pra parar, respirar, tirar fotos, e reunir fôlego para a subida propriamente dita. Perto dali há uma bifurcação, onde as trilhas da Pedra Redonda e da Pedra Partida se separam.
A partir desse ponto realmente é só subida, com muitas pedras no caminho. Leva-se mesmo uma meia hora até o ponto mais alto (são mais de 1900m de altura), de onde se tem a vista de Camanducaia, do lado de Minas, e do Vale do Paraíba, do lado de São Paulo.
Tivemos a sorte de pegar um dia bem claro, apesar das nuvens não havia névoa, e a vista de todos os lados é mesmo muito linda.
A outra trilha que fizemos, no dia seguinte pra dar tempo de descansar, foi a do Chapéu do Bispo. O caminho foi o mesmo do dia anterior, seguindo pela Av. das Montanhas até o estacionamento.
Essa trilha já começa bem mais íngreme e cheia de pedras. Mesmo não tendo chovido muito no dia anterior, havia bastante barro em alguns trechos e nenhuma escadinha ou corrimão para ajudar. A trilha alterna trechos de subida com trechos mais planos e fáceis, e a mata pareceu mais fechada que a da Pedra Redonda (apesar que topamos até com cavalos no caminho!). O Chapéu do Bispo mesmo é uma pedra bem grandona e alta, não sei se dá para subir nela – pareceu bem íngreme – mas a parte debaixo dela não dá muita visão do entorno.
Desse ponto seguimos uma plaquinha bem escondida até o Platô, uma extensão bem grande de pedra, onde a vista é linda! Inclusive dava pra ver o pessoal lá na Pedra Redonda.
Nesse dia as nuvens deram um show à parte e ficamos ali um tempinho só vendo o ziguezague delas. Mas aí começou a se aproximar uma nuvem bem escura e resolvemos voltar.
Outros passeios em Monte Verde
Um passeio bem bacana em Monte Verde – que se torna um almoço delicioso – é conhecer o trutário do restaurante O Trutário, antigamente chamado Paulo das Trutas. Restaurante super tradicional e antigo em Monte Verde, há duas unidades dele: uma no início da Av. das Montanhas, que é só restaurante e é mais bonitinho, e o outro onde ficam as criações de truta. Esse último fica bem escondido e é meio ponto de parada de city tours, pelo que percebemos. O lugar fica no meio das araucárias, os tanques espalhados pelo terreno, e quem senta nas mesas do lado de fora recebe visita dos esquilos que moram por ali. A moça que nos serviu nos deu alguns amendoins e os malinhas simplesmente adoraram que os esquilos vinham na mão deles comer! Isso rendeu muita diversão e um pedido pra almoçar lá de novo no dia seguinte.
Para matar a saudade de quando estivemos em Monte Verde há anos atrás, fomos até o aeroporto. Naquela ocasião fizemos o voo panorâmico num aviãozinho de pouquíssimos lugares, sendo que a pior parte foi atravessar a pista toda de terra sentindo cada solavanco. Mas dessa vez o aeroporto estava fechado (não sei se por ser dia de semana ou se estava passando por alguma manutenção) e não pudemos nem perguntar quanto custa o voo. Ele fica num ponto bem alto da cidade e, de acordo com a plaquinha, é de fato o aeroporto mais alto do Brasil – vale dizer que o avião do passeio era igualzinho ao do desenho.
Passear pelas lojinhas e restaurantes da avenida principal também é obrigatório em Monte Verde. Como esperado por estarmos em Minas, queijos e doces de leite são uma tentação e nos abastecemos deles! O restaurante que fica à beira de um lago com patinhos é um atrativo à parte, assim como uma paradinha no café e fábrica de chocolates Gressoney para experimentar um dos vários tipos de chocolate feitos ali. Me decepcionei um pouco com a história de poder ver a fábrica – na verdade é só uma janela de vidro onde é possível ver funcionários embalando os chocolates. Pra quem já visitou a Garoto em Vila Velha, a Nestlé aqui pertinho, em Caçapava, e a Florybal em Gramado, foi bem sem graça. Mas o chocolate é gostoso, embora caro.
Tentamos conhecer a fábrica das cervejas artesanais Fritz, mas ela estava fechada para manutenção e expansão e as visitas foram canceladas por todo o mês de janeiro – uma pena. Mas almoçamos no restaurante e provamos as cervejas, muito boas.
Há também inúmeros passeios que podem ser feitos de jipe ou quadriciclo, mas não chegamos a cotar nenhum. Pelo que sei, há bem poucos lugares que não podem ser alcançados de carro comum mesmo, por isso achamos que não valia a pena investir nisso. Confira aqui algumas opções oferecidas pelo nosso parceiro Civitatis:
Um ponto muito conhecido e onde todos param pra tirar fotos é a mansão da rua Monjolo e a praça que fica em frente a ela. Essa casa é um absurdo de grande e parece um castelo – pesquisei e não descobri quem é o dono, se alguém souber por favor me conta! Na frente fica um espaço lindo e super bem cuidado, cheinho de hortênsias, cenário lindo para fotos.
E deixei por último um dos passeios mais legais e diferentes que fizemos: fomos conhecer a Escola Mineira de Falcoaria, uma verdadeira aula de respeito e integração com a natureza. É um passeio tão, mas tão legal, que mereceu um post próprio: Escola de Falcoaria em Monte Verde.
Onde se hospedar em Monte Verde
Na primeira vez que fomos, há 9 anos, ficamos no Pião Mineiro. Não sei como está agora, mas gostamos muito. Eram chalezinhos bem bonitos, em meio a araucárias e um riozinho ao fundo. Fica meio longe do centro, após o segundo portal, numa estradinha de terra bem judiada.
Dessa vez nos hospedamos no Hotel Meissner Hof, que também não fica muito próximo à avenida principal. Conseguimos um pacote de 3 diárias num preço bem bacana e o hotel por si só é uma atração.
Mas Monte Verde tem uma infinidade de opções de hospedagem, para todos os gostos e bolsos. Consulte outras opções abaixo.
Booking.comDicas e Conclusões sobre Monte Verde com crianças
- Dá pra carregar os malinhas num lugar com essa fama de “lugar de casal”? Dá sim! Pra quem gosta de natureza, vale muito a pena. Quem se sentir inseguro de fazer as trilhas sozinho pode contratar um guia e ir de jipe até o início delas.
- Não arriscamos fazer a trilha da Pedra Partida porque é considerada mais difícil e bem mais longa que as outras. Mas para os trilheiros mais experientes, vale a pena arriscar.
- A cidade tem opções de hospedagem para todos os gostos, pousadas grandes e pequenas, perto ou longe, em cima do morro ou de mais fácil acesso, inclusive algumas que nem aceitam crianças (acho um absurdo esse tipo de restrição, mas enfim, minha opinião). Vale pesquisar e até ligar perguntando como é o acesso, para não ter surpresas quando chegar lá – algumas ficam realmente super no alto e não dá pra arriscar sem ter um carro 4×4.
- Também em relação a hospedagem, apesar da grande maioria dos hotéis e pousadas oferecerem quartos com lareira, para quem for no inverno mesmo eu recomendaria garantir que haja também aquecedores. Não há clima romântico ou criança comportada que resista ao frio, principalmente na hora do banho!
- Se garanta levando alguns agasalhos, mesmo se for no verão. Estamos em janeiro e mesmo assim à noite era bem friozinho, suficiente para um agasalho leve. Nas trilhas também fomos (eu e os malinhas) de calça, até mesmo para proteger as pernas de eventuais acidentes.
- É bom levar uma certa quantia em dinheiro vivo quem não é correntista do Bradesco ou do Itaú, pois não há outros bancos por ali.
- 3 ou 4 dias são suficientes para fazer os passeios principais, sem pressa. Lembrando que no inverno a cidade lota e os preços certamente sobem.
- Minas é Minas, né gente? Queijos e doces de leite são divinos, e muitos restaurantes oferecem comida mineira – que eu particularmente adoro. Então esquece o regime e se joga!
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Respostas de 14
Bem legal seu post. A dona da mansao é a Rosa, dona do hotel Áustria. Quem construiu para o casal foi seu marido, Eurico, já falecido.
Que bom que gostou! E obrigada pela informação, aquela casa é deslumbrante por fora.
Ah que delícia de texto!! Pois matei minha saudade de lá! Também estivemos lá antes na nossa mascotinh"a" nascer, e passeamos, fizemos algumas trilhas e namoramos muuuito! rsrs Em janeiro de 2019, no retorno de Campos do Jordão, regressamos e ficamos um dia lá, com nossa princesinha! Não deu pra passear muito pois o céu desabou de tanta chuva! Teremos que voltar lá pra ela conhecer direito e explorarmos melhor do distrito e seu texto vai me ajudar muito! Muito obrigada!
Que bom que gostou! Monte Verde é mesmo uma delícia em qualquer circunstância (menos com chuva!)
Adorei as dicas e vi como as crianças se divertiram. Passamos bem perto de Monte Verde no início deste ano, mas não deu para ficar. Quem sabe na próxima!
Vale a pena se programar para uma próxima vez!
Monte Verde, que lindo, só descobrindo novos recantos incríveis!! Nossa..que quantidade de lugares maravilhosos para aproveitar em Minas Gerais, e para crianças também!! Excelentes dicas!!
Obrigada, que bom que gostou! Minas é mesmo incrível, não?
Minas Gerais é incrível demais! Quanta riqueza, quanta história, quanta beleza. Adorei esse destino de inverno. Ainda quero muito conhecer.
Nós adoramos passear por Minas Gerais!
Que delícia de passeio! Adorei a opção de trilha mais curta, com criança é sempre uma ótima alternativa para elas irem acostumando. Já fiquei pensando no pão de queijo e no doce de leite.
Queijo e doce de leite iguais os de Minas, não tem!
Os meninos são mesmo aventureiros, rs. Fizeram todas as trilhas direitinho. Adorei conhecer Monte Verde pelo relato de vocês, é mesmo um destino que deve ser uma delícia no inverno, ainda que sem namoro, rs.
Eles fazem as trilhas direitinho mesmo, Fabíola! Monte Verde é uma delícia tanto no inverno quanto no verão.