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O que fazer em 4 dias entre Penedo, Itatiaia e Visconde de Mauá

Conteúdo atualizado em 2 de agosto de 2023

A região compreendida entre Itatiaia, Penedo e Visconde de Mauá, na serra fluminense, é um destino turístico bem conhecido e repleto de atrações para a família toda. Por ser uma região montanhosa, todas as cidadezinhas por ali ficam lotadas especialmente no inverno, quando as baixas temperaturas atraem muita gente. Mas a diversidade de passeios é grande, seja inverno ou verão: há muitas opções de ecoturismo, com trilhas de dificuldades diversas para lindas cachoeiras, e também atrações mais leves, lojinhas e muitos restaurantes deliciosos.

Nós já fizemos vários tipos de viagens pela região, no verão e no inverno, e fizemos bastante coisa por lá – por isso consideramos um roteiro de 4 dias perfeito para conhecer o que Penedo, Itatiaia e Visconde de Mauá têm de melhor, distribuídos da seguinte forma:

  • um dia para conhecer Penedo
  • um dia no Vale do Alcantilado, localizado perto de Visconde de Mauá
  • um dia na parte baixa do Parque Nacional de Itatiaia
  • um dia para conhecer as cachoeiras da Serrinha do Alambari

Para esse roteiro o ideal seria se hospedar em Penedo, que fica a meio caminho de tudo e tem um pouco mais de estrutura que as demais cidades.

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Dia 1: Explorar Penedo, das cachoeiras ao centro comercial

Penedo tem pelo menos 3 cachoeiras bem acessíveis que podem ser visitadas facilmente de carro – e que são o roteiro da maioria dos passeios de 4×4 vendidos pelas agências por ali: a Cachoeira das 3 Bacias, a Cachoeira de Deus e as 3 Cachoeiras – mas dá pra chegar de carro em todas elas.

A Cachoeira das 3 Bacias é a que fica mais longe, a cerca de 15 minutos do centro de Penedo, através de estrada de terra em bom estado. Fomos seguindo as indicações até chegarmos a um ponto em que não era mais possível seguir de carro, e descemos uma trilhazinha até a parte de cima da cachoeira. Ela tem esse nome porque há 3 grandes pedras, que formam 3 degraus durante a queda d’água. O acesso aos poços não é difícil, porém as pedras são bem escorregadias.

A seguinte é a Cachoeira de Deus, que não fica longe da anterior mas é preciso deixar o carro e seguir por uma trilha bem demarcada de uns 400 metros. Como faz parte de todos os roteiros de passeios vendidos em Penedo, pode haver bastante gente por ali e ficar meio cheio demais, pois o espaço livre não é muito. Os malinhas amaram descer e ficar vendo os girinos e peixinhos nadando na água super transparente.

As 3 Cachoeiras – que apesar de se chamarem cachoeiras são quedas d’água bem pequenininhas – ficam bem pertinho do centro comercial e são também parada obrigatória dos passeios turísticos (inclusive do trenzinho turístico, aquele que dá uma volta por Penedo). O acesso é pela rua mesmo, sendo que na calçada ficam algumas barraquinhas de artesanato e comida nos fins de semana. É um lugar bonito mas por ser bastante popular e se localizar numa área mais urbana, não tem tanto aquele apelo de ecoturismo.

3 cachoeiras, em Penedo

Nossa recomendação é, antes de voltar para o centro, parar para almoçar no Restaurante Truta Viva, que fica no caminho entre as cachoeiras e tem o charme de se poder pescar a própria truta para o almoço. É possível pescar num dos tanques de criação com varas e iscas fornecidas pelo restaurante, paga-se por kg de peixe pescado e é cobrada uma taxa de preparo mais os acompanhamentos. Mesmo para quem não quiser pescar o restaurante é uma graça, com ambiente super agradável, comida deliciosa e atendimento nota 10. Ficamos tão fãs que valeu até um post só pra ele: Dica de passeio em Penedo – Restaurante Truta Viva

Depois do almoço e da paradinha nas 3 Cachoeiras, já no caminho para o centro comercial, a parada deve ser o Museu Finlandês Eva Hilden, num dos prédios do Clube Finlandês. Penedo se originou de uma colônia finlandesa e ainda guarda muitas tradições das primeiras famílias de imigrantes.

Museu Finlandês Eva Hilden, em Penedo

No museu há muitas curiosidades sobre a Finlândia e muito da história dos primeiros imigrantes – roupas, objetos e documentos. Embora restem poucos descendentes dessas famílias ainda vivendo em Penedo (cerca de 200), há o desejo de manter algumas das tradições, entre elas um baile no Clube Finlandês com danças e comidas típicas, que acontece com uma certa frequência.

Para fechar o dia, após o museu vale explorar as lojinhas, cafés, restaurantes e sorveterias ao redor da Avenida das Mangueiras. Parada obrigatória e cartão postal de Penedo é o centro comercial Pequena Finlândia, onde fica a Casa do Papai Noel (o próprio fica lá em alguns horários determinados) e esse céu de guarda-chuvas coloridos.

Há muitas opções de restaurantes, bares e cafés na avenida e nas poucas ruas transversais – essa seria uma outra vantagem de se hospedar em Penedo, estando por ali alguns dias dá para experimentar vários deles.

>> Leia também: Itatiaia e Penedo em um fim de semana <<

Dia 2: Subir a serra até o Vale do Alcantilado, em Visconde de Mauá

O Vale do Alcantilado é uma região que fica bem na divisa entre Rio e Minas, repleta de belezas naturais e muitas cachoeiras – sendo a mais famosa delas a Cachoeira do Alcantilado. Para chegar até lá é necessário subir a serra entre Penedo e Visconde de Mauá (cerca de 30 km com vários mirantes e uma linda vista das cidades no entorno), seguir sentido Maringá (mais 4 km) e após a Pedra da Gávea seguir as placas do Alcantilado (mais alguns quilômetros, dessa vez de estrada de terra).

A primeira grande atração do vale é o Parque Corredeiras, um complexo turístico completo com piscinas naturais, restaurante, parquinho, tirolesa… Paga-se um preço único para usufruir da estrutura (R$ 50/ pessoa em julho/2019) e algumas atrações são pagas à parte. Dá para passar o dia ali tranquilamente, a família toda vai amar.

Colado ao Parque Corredeiras fica o Museu 2 Rodas, um apanhado de relíquias garimpadas pelo proprietário desde os anos 70. O acervo é organizado cronologicamente e há objetos curiosos, como triciclos infantis antigos e primeiros modelos de motocicleta de marcas famosas. A entrada é paga à parte do Parque Corredeiras, mas quem estiver no parque tem preço diferenciado (R$ 35 e R$ 29/pessoa, respectivamente).

Mas a estrela da região fica mesmo no final da estrada do Vale do Alcantilado, um pouco mais à frente do Parque Corredeiras: o Sítio Cachoeiras do Alcantilado, onde é possível fazer uma trilha de cerca de 1,5 km em meio a pequenas e lindas quedas d’água, poços e grutas, até chegar à famosa Cachoeira do Alcantilado, com seus 50 m de altura. A trilha não é difícil e há muito suporte para ajudar – escadas, corrimãos, degraus e até pontes. A parte mais difícil são os últimos 300 metros, bem íngremes e irregulares – mas quem chegou até ali não desiste, faltando tão pouco para chegar lá!

Dá pra fazer os 3 lugares no mesmo dia? Até dá, mas fica meio puxado, principalmente com crianças. Para quem quiser conhecer tudo do Vale do Alcantilado com mais calma, o melhor é dividir em dois dias (um para a trilha da cachoeira do Alcantilado e um para o Parque Corredeiras) e esticar o roteiro na região por mais um dia.

Mais detalhes do Vale do Alcantilado neste post: Vale do Alcantilado – ecoturismo em Visconde de Mauá

Dia 3: Conhecer o Parque Nacional de Itatiaia

A cerca de 20 km de Penedo fica a entrada para a parte baixa do Parque Nacional de Itatiaia, onde é possível entrar de carro e fazer as trilhas mais fáceis. Este é o parque nacional mais antigo do Brasil, criado na década de 1930 e ampliado nos anos 80 – fato curioso é que, na sua expansão, as propriedades particulares anexadas à área do parque não foram simplesmente desapropriadas e por isso ainda existem diversas delas lá dentro, e várias se tornaram pousadas, restaurantes ou ateliês.

Na parte alta, cuja entrada fica em outro ponto do parque, já na divisa com Minas Gerais, ficam as trilhas mais difíceis, incluindo a que leva ao Maciço das Agulhas Negras. Aqui a sugestão é conhecer apenas a parte baixa, pertinho de Penedo e que pode ser facilmente conhecida em um dia.

A partir da portaria, o melhor a fazer é subir de carro direto por cerca de 9 km até o Complexo do Maromba, onde é possível estacionar e acessar as trilhas que levam à Piscina do Maromba e às Cachoeiras Véu de Noiva e Itaporani.

A descida até a Piscina do Maromba é bem tranquila, com degraus e corrimão na parte mais íngreme, levando a um pequeno poço de água cristalina.

A trilha para a Cachoeira Véu de Noiva – considerada uma das cachoeiras mais bonitas do parque – é curtinha (cerca de 500 m a partir do placa do Complexo do Maromba), mas um pouco mais difícil. Há alguns trechos meio íngremes e escorregadios, além de muitas pedras para chegar próximo dela. Mas vale a pena, é realmente linda!

O Complexo da Maromba também é o ponto de partida para a Cachoeira Itaporani, mas não conseguimos conhecê-la porque no dia em que estivemos lá estava fechada por risco de tromba d’água – inclusive há diversos avisos espalhados pelo parque que algumas trilhas são fechadas quando há risco para os visitantes.

Dali pega-se o carro novamente, descendo cerca de 4 km até o Centro de Visitantes. Ali é possível entender um pouco mais sobre o Parque Nacional de Itatiaia e sua criação, bem como as diferenças de relevo, clima, vegetação e fauna entre as partes alta e baixa. Há também um acervo muito interessante de animais taxidermizados e uma seção só de insetos. Em outra sala, havia uma exposição de fotos lindíssimas de pássaros, e na parte externa fica a Calçada da Fauna, com a impressão das patinhas dos animais típicos da região.

Saindo do Centro de Visitantes é possível pegar um trilha suave de 500 metros ou enfrentar 120 degraus para conhecer o Lago Azul, uma piscina natural com água cristalina, bem rasinha. Os malinhas tiraram os tênis e se divertiram na prainha formada no meio das pedras, se aventurando até o meio do rio com água pelos tornozelos.

Descendo de carro por mais alguns poucos quilômetros chega-se ao Mirante do Adeus, a última parada do parque e de onde se tem uma vista sensacional da represa da Usina de Furnas. É um lugar que rende fotos lindas, em especial no fim da tarde, e é uma excelente despedida do Parque Nacional do Itatiaia.

Nós almoçamos dentro do próprio parque, num dos restaurantes instalados lá dentro, mas é possível levar o próprio lanche ou parar em alguma das lanchonetes no caminho (não são muitas). Vale sempre o aviso de não alimentar os animais – pertinho do restaurante onde comemos vimos vários macacos “assaltando” a lojinha ao lado, levando pacotes de salgadinhos e bolachas sem a menor cerimônia.

Mais informações do nosso dia no Parque Nacional de Itatiaia aqui: Itatiaia e Penedo em um fim de semana com 2 malinhas

Dia 4: Passar o dia na Serrinha do Alambari

No último dia desse roteiro, vale conhecer a Serrinha do Alambari, uma área de preservação ambiental pertencente à cidade de Resende, que faz divisa com o Parque Nacional de Itatiaia, mas cuja entrada fica no início da serra entre Penedo e Visconde de Mauá. É uma região cheia de atrativos naturais e que concentra muitas chácaras, hotéis, campings e trilhas para cachoeiras lindas.

Poucos quilômetros após o portal de entrada é possível conhecer a Pedra Sonora, primeiro ponto turístico da serrinha. É um lugar cheio de lendas – a mais conhecida é a de que um índio, após uma flechada no pescoço e incapaz de gritar por socorro, começou a bater na pedra, emitindo um som que chamou a atenção da sua tribo e ele então foi salvo. Realmente é uma rocha muito interessante, que parece uma concha equilibrada no chão e que faz um som meio de tambor quando se bate nela.

Seguindo à frente e passando pela praça principal, é possível tomar a estrada que leva à Microcervejaria Elbers Bier, no alto da montanha e instalada numa casa com cara de casa de antigamente. A visita é bem modesta, mas há algumas cervejas interessantes – como a de pinhão, por exemplo.

De volta à praça central, pegamos o sentido do Poço do Dinossauro, que fica dentro de uma fazenda e é bem famoso na região. Na verdade é um conjunto de cachoeiras que forma 3 piscinas naturais – além do Poço do Dinossauro, há o do Céu e o da Turmalina – onde se chega através de estrada de terra bem irregular e, uma vez na fazenda onde se localizam (com acesso pago), ainda é preciso caminhar por cerca de 700 m para chegar até a primeira piscina.

A trilha, em sua maior parte, é bem tranquila, com exceção da descida para o Poço do Céu e dos acessos de um para o outro, que são íngremes e cheios de pedras. Dos 3, o mais bonito na nossa opinião é o Poço da Turmalina.

Esse locais fecham um passeio de um dia pela Serrinha. Há alguns bares e restaurantes por ali, assim como muitos locais que vendem geléias, produtos orgânicos e outras coisas produzidas na região.

Mais detalhes dos passeios na Serrinha do Alambari neste post: Roteiro pela Serrinha do Alambari em Penedo – o que ver e fazer

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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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Respostas de 22

  1. Bom, tantas opções que, certamente, não falta o que fazer 🙂 Adorei as imagens do parque nacional, sou grande apreciador da natureza. Belas sugestões.

  2. Adoro visitar a região e gostei muito do seu post. Tem muita coisa que ainda não visitei! Do que você listou, o Vale do Alcantilado foi o que mais gostei até hoje. Mauá e Penedo são ótimas opções para um fim de semana fora do Rio.

    1. Essa região de Penedo é mesmo uma ótima opção para um fim de semana, não fica muito longe nem do Rio nem de SP, e sempre dá para encontrar uma coisa nova!

  3. Acho Penedo uma gracinha de cidade e vez ou outra estou por lá ! Da próxima vez vou seguir algumas das suas dicas . Adorei o post, bem completo!

  4. Morei parte da minha infância em Itatiaia. Tenho muita vontade de voltar com meus pequenos. Adorei esse roteiro de 4 dias incluindo Penedo e Visconde de Mauá!

  5. Muito LINDO!Adorei, então esses lugares todos o ponto de partida é em Penedo de lá dar para chegar a esses lugares maravilhosos?tenho que alugar carro com potencia?o meu carro é um popular CORSA

  6. Tu acredita que eu morei um tempão no RJ mas nunca conheci nada do interior? Vendo suas fotos e lendo seus textos fiquei com muita vontade de conhecer Penedo, Itatiaia e Visconde de Mauá. Lugares muito lindos!

  7. Adorei suas fotos e fiquei com mais vontade de ir! Ainda não conheço essa região e tenho certeza que seu roteiro de 4 dias por Penedo, Itatiaia e Visconde de Mauá vai facilitar minha vida quando eu for =)

  8. Seu texto caiu como uma luva para mim!! Estou planejando conhecer a região de Itatiaia e Penedo no próximo mês e seu guia vai me ajudar demais! Obrigada!

  9. Muito legal este post adoro casar várias cidades em uma viagem. E aqui vimos um bom roteiro sobre 4 dias em Penedo, Itatiaia e Visconde de Maua. Na primeira oportunidade farei essa viagem de moto.

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