Museus de história natural são sempre passeios ótimos para todas as idades – aqui a família toda gosta e conhecemos vários, no Brasil e em outros países, desde que nossos malinhas eram pequenos. E durante nosso roteiro pelo leste do Canadá, em julho de 2024, tivemos a oportunidade de visitar o Canadian Museum of Nature em Ottawa. Era um dia chuvoso e o passeio caiu como uma luva! Passamos a maior parte do dia ali e podemos dizer que foi um ótimo programa: perfeito para levar as crianças mas que certamente agrada aos adultos também. Neste post vamos contar em detalhes como é visitar esse museu incrível.
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Origens do Museu de História Natural do Canadá
O Canadian Museum of Nature não nasceu como um museu de história natural. No início era apenas o desejo da Sociedade de Geologia de construir um museu de geologia e, lá pelos idos de 1850, eles conseguiram abrir sua primeira exposição ao público na cidade de Montreal. Foi só no início do século XX que foi estabelecido o plano de um museu de história natural mais abrangente e que seria localizado em Ottawa, a capital do Canadá.
O projeto incluiu a construção do prédio (que é lindo!!), num terreno localizado a exatamente uma milha de Parlament Hill, onde ficam os imponentes edifícios da sede do governo. Foram trazidos 300 pedreiros escoceses para concluir a obra, um quase castelo em homenagem aos 64 anos de reinado da Rainha Vitória – sim, as referências britânicas estão por toda a parte em Ottawa. A ideia é que fosse o primeiro museu nacional do Canadá.
Em 1912, com o nome de Victoria Memorial Museum, o museu foi aberto ao público, com a adição de novos acervos (especialmente de paleontologia) nos anos seguintes. Uma curiosidade: o prédio foi utilizado como parlamento por 4 anos, entre 1916 e 1920, após um grande incêndio que destruiu o prédio original do governo.
Foram idas e vindas de acervos, reformas e mudanças até 1990, quando o museu se tornou oficialmente o que é hoje, ganhando o nome definitivo de Canadian Museum of Nature e abrigando um acervo incrível em várias áreas da ciência: paleontogia, biologia, geologia, química – são quatro andares mais um subsolo cheios de exposições que vão agradar pessoas de todas as idades. Isso sem falar no prédio, que é uma atração por si só e ainda mantém na fachada o nome Victoria Memorial Museum. Vale dizer também que o museu emprega especialistas responsáveis por pesquisas científicas importantes que vão muito além do manejo de seu próprio acervo.
Exposições e acervo do Canadian Museum of Nature
As exposições do Canadian Museum of Nature ficam distribuídas em quatro andares mais um subsolo. A bilheteria fica localizada no térreo, e o prédio é totalmente acessível: os elevadores são enormes e comportam facilmente cadeiras de rodas e carrinhos de bebê. Há também escadas entre um andar e outro, assim como banheiros e bebedouros em todos os andares. Vimos muitas famílias com crianças de todas as idades, idosos, excursões de escola – um pouco de tudo, num ambiente super inclusivo.
1o andar (Térreo): Fossil Gallery
No primeiro andar do Canadian Museum of Nature ficam a entrada principal e a bilheteria, a lojinha, o café e o restaurante e a incrível galeria dos fósseis.
Nosso caçula estava ansiosíssimo para ver a Fossil Gallery (quem nos acompanha aqui sabe como ele é um perfeito dinolover e quantos lugares com dinossauros já visitamos). E a exposição é mesmo incrível! Há fósseis de verdade e uma galeria com réplicas em tamanho real, como se estivéssemos em um Jurassic Park. Na nossa opinião, um dos pontos fortes do museu.
A lojinha do museu vende coisas fofíssimas e super diversificadas: além dos tradicionais chaveiros, camisetas e canecas, tem também muitos brinquedos educativos, pelúcias, livros e jogos científicos. Nesse mesmo andar ficam o café e restaurante, nada de impressionantes mas convenientes. Não é permitido andar pelo museu com comida ou bebida, por isso há um espaço grande perto do restaurante com mesas e cadeiras.
2o andar: Water Gallery e Mammal Gallery
No segundo andar do museu ficam duas exposições também impressionantes. Na Water Gallery, o foco é a diversidade de vida nos oceanos, e a grande estrela é um esqueleto de uma baleia azul de 19 metros.
Já a Mammal Gallery foca nos mamíferos encontrados na região do Canadá, como os enormes alces, bisões e ursos, todos representados em dioramas dentro de seu habitat natural. Há também explicações sobre a troca dos chifres dos alces e como os animais mantêm a sua temperatura mesmo em condições de frio extremo.
3o andar: Birds Gallery e Earth Gallery (+ exposição especial)
No terceiro andar do museu ficam as exposições de geologia (Earth Gallery) e de pássaros do Canadá (Birds Gallery), ambas permanentes. Quando estivemos lá, em julho/24, estava em cartaz também no terceiro andar uma exposição temporária super interessante sobre os lobos (Wolves).
Na Earth Gallery está exposta uma variedade enorme de minerais e rochas, incluindo um pedaço de meteorito (que estima-se ser bem mais velho que o nosso planeta) e um pedacinho de rocha da Lua, doada pelos EUA. Na nossa opinião, é a parte menos interessante do museu (a não ser para quem é geólogo ou tem interesse especial em rochas).
Achamos a Birds Gallery bem mais legal – gostamos mais de bichos que de pedras, isso é fato! O acervo abrange quase 500 espécies diferentes de pássaros nativos do Canadá, incluindo alguns extintos, todos taxidermizados. Aprendemos ali também a origem da expressão “peso pena” e porque os pássaros são tão mais leves que os mamíferos de mesmo porte.
Nesse mesmo andar visitamos também a exposição temporária Wolves (incluída no ingresso), com ênfase na evolução e adaptação dos lobos ao longo do tempo, e incluindo as lendas e histórias que envolvem esses animais. Achamos bem interessante.
4o andar: Canada Goose Arctic Gallery (+ exposição especial Bug Adventure)
Nós começamos a visita pelo quarto andar e fomos descendo – e foi uma ótima escolha! Este piso é um passeio pela região ártica (da qual faz parte o famoso Polo Norte): características, animais atuais e já extintos, vegetação (nos pontos onde há). Há até um imenso bloco de gelo logo no início da exposição, para que todos se familiarizem com as temperaturas congelantes rsrs
Também é abordado como o aquecimento do planeta está impactando essa região, e os efeitos sobre os animais que vivem por lá. E uma das partes da exposição que mais gostamos foi a que mostra um pouco dos povos originários que ainda moram nos extremos gelados do Canadá: como vivem e suas tradições e costumes. Foi interessante ver a mudança de atitude dos governos ao longo dos anos e como hoje há um grande movimento para integrá-los sem que percam sua essência.
E no período em que visitamos o museu, a exposição especial (para a qual é preciso pagar à parte) era a Bug Adventure, uma verdadeira viagem ao mundo dos insetos. De forma bem lúdica e colorida, com muitos experimentos voltados para crianças pequenas, a exposição mostrava um pouco de vários insetos, com bastante foco nos insetos específicos do Canadá. Meio assustador às vezes, pois havia insetos gigantes rsrs mas de modo geral, bem educativo.
Subsolo (ou piso 0): Bugs Alive e Teatro
E o último piso do museu, na verdade o subsolo, é dividido em duas áreas: um anfiteatro com programação variada de vídeos e também utilizado para visitas de grupo; e uma coleção de insetos e aracnídeos vivíssimos, em pequenos viveiros. Para quem gosta, um prato cheio – pra quem não é muito chegado em bichos (como eu), meio assustador haha
>> Se você faz parte do primeiro grupo, leia também sobre a visita ao Planeta Inseto, em São Paulo, um passeio imperdível e gratuito para quem se interessa por insetos.
Como comprar os ingressos para o Canadian Museum of Nature
Os bilhetes podem ser adquiridos com antecedência pelo site ou na hora da visita diretamente na bilheteria. Nós compramos na bilheteria e adquirimos um combo família, que saía um pouco mais em conta, mais um adicional para acessar as exposições temporárias que estavam em cartaz no momento. Se preferir comprar os ingressos com antecedência mas com a opção de cancelamento grátis, sugerimos comprar com o nosso parceiro Get Your Guide pelo link abaixo. Não há diferença de preço entre comprar online ou pessoalmente.
Nós adoramos a cidade de Ottawa! Embora menor e menos badalada que outras cidades importantes do Canadá, como Toronto e Montreal, ela tem um charme muito britânico – é possível ver claramente a influência inglesa na arquitetura, nos nomes das ruas e na sua história. Passamos dois dias e meio lá e foi pouco, pois há bastante o que ver e conhecer. Confira abaixo algumas opções de tours pela cidade:
Dica extra: Não viaje para o Canadá sem seguro viagem! Embora o seguro não seja obrigatório para entrar no país, os serviços médicos no Canadá são caríssimos e ninguém quer ter a péssima surpresa de precisar de assistência médica durante a viagem e voltar com uma dívida gigante. Ainda mais viajando em família, essa é a melhor opção. Faça sua cotação com nosso parceiro Real Seguros e escolha o plano que melhor te atende.
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Uma resposta
Cá em casa todos adoramos um bom museu, mas o meu filho abusa do amor por museus de história natural. Imagina quantas horas passámos no de Nova York, né? O problema é que não há nenhuma secção que não lhe interesse, hahaha
Só o edifício do Museum of Nature de Ottawa já um acontecimento, imagino a imponência, se foi capaz de acolher o parlamento durante vários anos. E a coleção parece bem organizada, com especial destaque para o acervo sobre o Ártico, que deve ser bem especial. Foi um programa perfeito para um dia de chuva.
A adorar a vossa série sobre o Canadá