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São João Del Rei e Tiradentes em 2 dias

Conteúdo atualizado em 13 de agosto de 2024

Há bastante tempo marido e eu planejávamos conhecer as cidades históricas de Minas – eu não conhecia nenhuma, ele já tinha passado rapidamente durantes suas cicloviagens malucas – mas com os malinhas tão pequenos, achamos por bem esperar eles crescerem um pouco para aproveitarmos todos juntos.

Mas eis que aproveitamos uns dias de férias em que os malinhas foram viajar com os avós e fizemos um mini roteiro a dois por algumas cidades. Fomos direto a São Thomé das Letras, matar a curiosidade do meu marido por essa minúscula e mística cidade (post completo aqui: Minas Gerais a dois – a mística São Thomé das Letras) e depois seguimos rumo a São João del Rei e Tiradentes, que ficam bem próximas uma da outra.


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O que fazer em São João del Rey

Saímos de São Thomé das Letras num final de tarde e seguimos as instruções do Waze. Apesar de ser uma distância de pouco menos de 200 km demoramos 4 horas para chegar em São João Del Rei – seguimos um bom pedaço pela Fernão Dias mas depois pegamos uma rodovia federal muito ruim, deserta, escura e mal sinalizada (por isso sempre recomendo viagens durante o dia, nos arrependemos um pouco por termos saído tarde de São Thomé).

Chegamos morrendo de fome e super cansados, mas logo de cara já me encantei com a cidade. Encontramos uma pousada fofa ao lado da Igreja de São Francisco de Assis e colada ao campus da Universidade Federal, a Villa Magnólia. A pousada ocupa um casarão antigo inteiramente reformado, de forma que mantiveram a cara de antigo mas super confortável – arrisco dizer que foi um dos melhores lugares que já ficamos, sonho com essa pousada até hoje!

No dia seguinte pela manhã, depois de um café da manhã delicioso, pedimos para deixar o carro no estacionamento da pousada enquanto passeávamos e saímos a pé. Atravessamos a rua e fomos direto à Igreja de São Francisco de Assis, com certeza a mais bonita que visitamos nessa viagem. É cobrada uma taxa de R$ 5 por pessoa para entrar, e há sempre vários guias disponíveis para ajudar – eles não cobram um valor fixo, mas vale a pena ouvir o que têm a dizer. 

Nos fundos da igreja há um cemitério (como em todas as igrejas antigas) onde está enterrado o ex-presidente Tancredo Neves – aliás, a família Neves aparece com frequência nas conversas.

Seguimos rumo ao centro histórico, atravessamos a ponte da Cadeia, passamos pela Igreja Nossa Senhora do Rosário e pela rua das casas tortas – antigamente não rolava uma padronização em relação ao nível a ser seguido nas construções, marido que gosta de tudo alinhadinho ficou meio nervoso rsrs.

Passamos pelo Solar dos Neves, casa que até hoje pertence à família do ex-presidente Tancredo, subimos as escadarias da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, que fica bem no alto, entramos na Igreja Nossa Senhora do Carmo… igreja é o que não falta. Mas o bonito da cidade é a integração dos prédios antigos com o restante, tudo muito bem sinalizado, as fachadas todas bonitinhas, cafés e lojinhas por toda a parte.

Antes de pegar o carro passamos pelo campus da Universidade Federal de São João del Rei, que fica ao lado da Pousada Villa Magnólia e é lindo, e seguimos então para o Museu Ferroviário. Os passeios de trem entre São João Del Rei e Tiradentes normalmente operam somente entre sexta-feira e domingo, mas como era julho havia também disponibilidade na quinta-feira, e decidimos pegar o trem. Compramos ida e volta (R$ 60 por pessoa), e antes de partir demos uma volta pelo museu, que fica dentro da estação.

Dentro do museu há um pouco da história do transporte ferroviário no Brasil e muitos objetos antigos, desde sinos, telefones e instrumentos utilizados na manutenção das ferrovias, até uma locomotiva responsável pelo comboio que trouxe D. Pedro II e família à cidade, em 1881. Isso tudo na parte interna, na externa há comboios, locomotivas e artefatos antigos. A gente adora um museu, e esse vale muito a pena ser visitado.

A viagem até Tiradentes é bem agradável e curta (12 km, cerca de 40 min), e nessa hora bateu uma saudade dos malinhas – eles adoram trem! Como pegamos o horário das 13h, escolhemos voltar às 15h (os horários variam bastante de acordo com o dia da semana e a época do ano, informações completas de horários e preços aqui no site da VLI, a operadora dos trens turísticos).

Leia também: Dicas de passeios de trem em Minas Gerais, pelo blog Diário de Turista.

Adoro as paisagens de Minas, e o trajeto não decepcionou! O azul do céu, o contraste com as montanhas ao fundo e aquela paisagem típica de zona rural.

A estação em Tiradentes é bem simples e cercada por uma praça, e uma das maiores atrações é ver a locomotiva na rotunda – um sistema bem manual, que gira a locomotiva de modo que se inverta o sentido.

Voltamos para São João Del Rei e almoçamos ali por perto da estação – há varias opções de restaurantes, todos com cara ótima – e seguimos então para Tiradentes.

O que fazer em Tiradentes

As duas cidades são bem próximas (cerca de 15 km) e assim que chegamos procuramos por uma pousada. Tiradentes é bem turística, com uma oferta grande de pousadas, e escolhemos uma bem próxima ao centro comercial. Também era um casarão reformado mas não tão charmosa quanto a pousada Villa Magnólia de São João Del Rei, apesar de um pouco mais cara. Mas era bem localizada e muito perto de tudo. Como chegamos no final da tarde já deixamos o carro e fomos explorar as lojinhas ali por perto. Além dos objetos de estanho, bem tradicionais na região, havia muita coisa em pedra sabão e artesanatos de todo tipo. Saímos de casalzinho à noite (muito bom!!) e fomos descansar para aproveitar o dia seguinte, que seria o último.

Pela manhã seguimos em direção à Matriz de Santo Antonio, a mais famosa da cidade, pela história e pela suntuosidade, mas ainda estava fechada para visitação e tivemos que voltar mais tarde. Adoramos o relógio de sol na parte externa, e a vista de lá de cima é magnífica.

Andamos então pelos arredores, vimos o monumento à Tiradentes, fomos até o Chafariz de São José e então retornamos à igreja. Dentro não é permitido tirar fotos, mas é realmente cheia de ouro e de histórias.

Fomos conhecer a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que tem uma história bem interessante  é a mais antiga da cidade e foi construída para os escravos pelos escravos, uma vez que eles não podiam frequentar as mesmas igrejas que as pessoas livres. De cortar o coração essa “integração” exigida pela igreja. 

Por todo lado onde se olha tem prédios históricos, aliás a cidade toda parece ter parado no tempo. Se assemelha muito à Paraty, as casinhas todas com cara de período colonial, muitas lojinhas e restaurantes. Partimos com um gostinho de quero mais! Tiradentes e São João del Rey certamente merecem uma segunda visita. Ficamos morrendo de vontade também de conhecer Bichinho (nome verdadeiro: Vicente Vitoriano), um distrito da cidade de Prados mas que fica a pequena distância de Tiradentes, famosa pelas suas casinhas tortas.

Leia também: Onde comer em Tiradentes: 6 dicas imperdíveis, pelo blog D&D Mundo Afora.

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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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