Moro em São José dos Campos há mais de 20 anos, e uma das coisas que mais me impressionaram quando me mudei pra cá foi o envolvimento da cidade com a Aeronáutica e tudo que tem a ver com aviões – afinal, aqui ficam a Embraer, o CTA (ou mais corretamente, o DCTA – Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), todos famosos em nível internacional. Todo mundo aqui na cidade tem pelo menos um(a) vizinho(a), amigo(a), pai/mãe do amigo do filho(a), que trabalha na Embraer ou em uma das empresas ligadas a ela – embora nos últimos anos (e últimas crises econômicas) o número de empregos nessas áreas tenha diminuído bastante, ainda é motivo de orgulho da cidade ser sede de tantos centros tecnológicos.

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Dado o contexto, vamos falar aqui do Memorial Aeroespacial Brasileiro, um espaço vizinho à Embraer, criado pelo CTA para contar um pouco da história da indústria aeroespacial no Brasil – e nenhum lugar melhor pra isso que uma área enorme ao lado de onde são feitos os aviões, certo?

O passeio já começa do lado de fora, onde ficam expostos alguns aviões e foguetes fabricados no Brasil, além de uma réplica de um VLS (veículo lançador de satélites) – não é permitido que se entre nos aviões, mas pode-se chegar bem pertinho e tirar fotos, como fizemos.

Ao fundo do prédio do museu fica um lago e uma área de preservação, além de uma área de alimentação que parecia desativada.

Dentro do museu, o acervo é dividido em 4 partes: Aeronáutica, Defesa, Ensino e Pesquisas. Na área de Ensino, o foco é a história do CTA (fundação, origem, história do fundador) e a exposição de alguns equipamentos antigos, como o primeiro aparelho de fax utilizado no ITA. Tudo bem didático e explicadinho, com muitas fotos. Interessante que a história do ITA está intimamente ligada ao desenvolvimento da cidade (e até da região do vale do Paraíba como um todo). O foco aqui sempre foi atrair empresas com forte apelo tecnológico.

A área de Aeronáutica é uma das mais interessantes: tem bastante informação sobre Santos Dumont e sua obsessão por objetos voadores, miniaturas do 14-Bis e dos outros protótipos que ele fez, o primeiro carro movido a álcool – sim, existe e é um Dodge! -, e um avião Bandeirante, o primeiro avião fabricado no Brasil.

Na área de Defesa há mísseis, bombas, lançadores, todos desenvolvidos pelo ITA e fabricados por empresas que ficam aqui na cidade, como a Mectron e Avibrás. Essa parte é meio assustadora de ver de perto, pra mim é sempre chocante imaginar que há toda uma pesquisa cujo objetivo é destruir coisas e matar pessoas.

O ambiente Espacial é bem mais interessante: é possível ver foguetes e os lançadores de satélite bem de pertinho.

Há também uma sala toda dedicada ao fundador do CTA e do ITA, com acervo doado pela família – uniformes, medalhas e objetos pessoais.

A entrada é gratuita e para saber mais sobre horários, detalhes do acervo e outras informações, basta acessar o site Memorial Aeroespacial Brasileiro.

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