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Uma lista de livros, filmes e séries sobre maternidade e filhos

Conteúdo atualizado em 6 de maio de 2024

Ah, o dia das mães… aquele dia em que recebemos bilhetinhos cheios de amor, abraços apertados e choramos de saudade de quando as crianças eram bebês (tá, essa sou eu, nem todas as mães têm saudades dessa fase). Maternidade é a viagem mais louca que existe: você embarca sem saber direito pra onde vai, se perde inúmeras vezes, passa um monte de perrengue e ainda assim ama cada minuto rsrs

lembrança de uma festa de dias das mães na escola

Mas aquela história que mãe é tudo igual não procede, na minha opinião – talvez sejamos unidas por esse amor louco e trabalho insano que é filho na vida da gente, mas somos muito diversas. Temperamentos, gostos, profissões, culturas, histórias de vida… cada mãe é única e está tentando fazer o melhor sempre, cada uma do seu jeito.

Além da vida real – que anda bem pesada, diga-se de passagem – a ficção está cheia de exemplos dessa diversidade, por isso reuni uma seleção de livros, filmes e séries que mostram vários tipos de mãe e abordam diferentes aspectos dessa viagem que é a maternidade. Seja você mãe ou só filho(a), vem conferir essa seleção e viajar sem sair de casa!

Livros sobre Maternidade

Que tal começar com um livro clássico e atemporal? Mulherzinhas, de Louisa May Alcott, é um desses. Conta a história de 4 irmãs entre os anos de 1861 e 1865, durante a Guerra Civil Americana – o foco são as peripécias, desafios e relacionamentos das irmãs e suas diferentes personalidades, mas quem mantém a ordem na casa é na verdade a mamãe March. Aliás, durante a leitura eu só pensava que queria ter um tiquinho da sabedoria e da paciência da Sra. March na resolução de conflitos entre irmãos hahaha. Esse clássico tem inúmeras republicações, já foi citado em outros livros (tem papel relevante no ótimo Um Caminho para a Liberdade, de Jojo Moyes) e também já foi levado às telas algumas vezes, com o título Adoráveis Mulheres – a mais recente, de 2019, está disponível na Netflix.

A segunda indicação é o contemporâneo Pequenos Incêndios por Toda Parte, de Celeste Ng. Numa pequena cidade dos EUA duas famílias se encontram – representadas por duas mães que não poderiam ser mais diferentes, elas se veem numa série de conflitos quando seus filhos adolescentes se tornam amigos. Para quem é mãe, é impossível não se identificar com uma e outra em diversos trechos, assim como com as outras mães que surgem no meio da narrativa, pois todas temos um pouco delas. O livro virou uma ótima série, que está disponível na Amazon Prime.

Um livro que foge do lugar comum por retratar uma sociedade bem diferente da ocidental a que estamos acostumados: Por favor, cuide da mamãe, de Shin Kyung-Sook, se passa na Coréia do Sul. A história toda se concentra na busca por Park, de 69 anos e mãe de 5 filhos adultos, que desaparece numa estação de metrô ao chegar a Seul para visitar os filhos. Narrada sob diferentes pontos de vista – ora o marido, com quem foi casada por mais de 50 anos, ora um dos filhos ou filhas, ora a própria mãe desaparecida – é perturbador perceber o quanto a família toda negligenciou essa mulher, sem de fato conhecê-la ou valorizá-la, apesar de sua dedicação integral à família a vida toda. Um ótimo livro para repensar papéis e relações, antes que seja tarde demais. 

Uma jovem sequestrada, confinada por anos num quartinho minúsculo e estuprada periodicamente por seu sequestrador, dá a luz um menino – aos poucos vamos entendendo a realidade de Quarto, de Emma Donoghue, uma história que tinha tudo para ser trágica mas que ainda assim transmite o otimismo da superação após uma tragédia. Confinada naquele quartinho, Joy se esforça ao máximo para manter a sanidade e educar seu filho de 5 anos de maneira normal na medida do possível: eles fazem exercícios, contam histórias, conversam sobre o mundo e… tramam a fuga. É muito impressionante, durante toda a história, a resiliência de Joy e seu amor pelo filho, sem importar as circunstâncias nas quais ele foi gerado. O livro virou filme em 2015 com o nome de O Quarto de Jack e está disponível para aluguel na Amazon Prime.

Falando de mães que enfrentam situações muito adversas, Os Bebês de Auschwitz, de Wendy Holden, é um bom exemplo. Três jovens judias são levadas grávidas para o campo de concentração de Auschwitz, na Polônia, e fazem de tudo para esconder a gravidez e levá-la adiante, pois sabem que prisioneiras grávidas têm destino trágico: ou são submetidas a experimentos médicos absurdamente cruéis, ou são mortas. E uma vez nascidos os bebês, fazem de tudo para mantê-los vivos – e conseguem. História real de mães sobreviventes do Holocausto transformada neste livro emocionante.

Um mais um, de Jojo Moyes, é um dos meus livros preferidos da autora – além do tom sempre tragicômico, conta sobre uma viagem de carro cheia de perrengues, que todo viajante que se preze vai se identificar. Mas o que chama a atenção mesmo é a generosidade de Jess, a protagonista: abandonada pelo marido, ela cuida sozinha da filha de 10 anos que é um gênio da matemática e do enteado adolescente que sofre bullying na escola, e faz das tripas coração para dar conta deles. Quantas mães não conhecemos nessa situação, que se viram como podem para cuidar da família sozinhas? O tom do livro é leve mas o tema é sempre atual, e em alguma medida todas nós mães nos identificamos com a protagonista em algum momento – especialmente naqueles em que ela não sabe o que fazer.

Por último, um pequeno livro de uma autora que adoro: Para Educar Crianças Feministas, de Chimamanda Ngozi Adichie. Escrito em formato de carta para uma amiga sua que acabou de ter uma filha, a autora lista – de maneira fácil de entender e muitas vezes baseada na sua experiência de vida – exemplos e situações nos quais é necessário mudar nossas atitudes com relação à educação das nossas crianças e todos os estereótipos de gênero a que somos submetidos desde que nascemos. Nas palavras dela: “… penso que é moralmente urgente termos conversas honestas sobre outras maneiras de criar nossos filhos, na tentativa de preparar um mundo mais justo para mulheres e homens.” Para ler com o coração e a mente abertos.

Séries sobre Maternidade

Entre as séries sobre relações entre mãe e filha, Gilmore Girls é um marco: iniciada em 2000 e com 7 temporadas, eu amava a série embora ainda não tivesse filhos na época. A relação entre Lorelai e sua filha adolescente Rory, assim como a conturbada relação entre Lorelai e sua própria mãe, são assunto para anos de terapia mas também retratam muitos conflitos que todas nós enfrentamos em alguma medida, como mães ou como filhas. Para alegria dos fãs órfãos da série, finalizada em 2007, a Netflix lançou uma minissérie de 4 episódios mostrando a vida das duas personagens 10 anos após a última temporada e dando um fechamento definitivo à história de mãe e filha. A série completa também está disponível na Netflix.

Perfeita para quem está grávida ou já tem um bebê (e está preparada para chorar rios), O Começo da Vida (disponível na Netflix)  é uma série documental que aborda diversos assuntos relacionados à primeira infância em 6 episódios – desde o processo de se tornar mãe/pai, até a importância de toda a sociedade se envolver (e valorizar) o processo de criação das crianças, sempre permeados por histórias e depoimentos comoventes. Lindo demais! E muito importante para despertar nossa atenção para a importância da primeira infância na construção dos futuros adultos. Vale assistir também o longa-metragem de mesmo nome (do qual a série é derivada) e a segunda temporada, que aborda a importância das brincadeiras ao ar livre e da interação com a natureza no desenvolvimento das crianças.

Já se a ideia é rir pra não chorar, Turma do Peito é uma série australiana da Netflix com 2 temporadas que explora exatamente as situações tragicômicas que recém-mães enfrentam. Embora o tom sempre se incline para a comédia quando mostra a vida da protagonista Audrey, toda mãe vai se identificar em algum momento com ela ou com alguma das suas colegas do grupo de apoio que frequenta – não há mãe que nunca tenha se sentido julgada por outras mães, nem que nunca tenha sentido que perdeu sua identidade ou que não se sentiu dividida entre os filhos e o trabalho. Série boa para mostrar que, mesmo do outro lado do mundo, todas nós temos muito em comum após o nascimento de um bebê. 

Supermães é outra série que mostra o lado B da maternidade de maneira realista mas com muito humor. Novamente o ponto de partida é um grupo de apoio a mães, que reúne diferentes mulheres: uma workaholic que acabou de ter o primeiro filho, uma psiquiatra às voltas com um bebê e a filha mais velha, uma corretora de imóveis que tem depressão pós-parto, uma mãe que percebe que não dá conta de cuidar da filha. O ponto em comum de todas é o conflito entre maternidade e trabalho (tanto que o título em inglês é Working’ Moms), mas o tom é mais cômico que dramático. A sétima e última temporada acaba de ser lançada na Netflix.

Esqueça aquele dramalhão típico das novelas mexicanas – apesar de ser mexicana, a série Mãe só tem duas foge dos clichês típicos embora tenha um ponto de partida dramático: uma troca de bebês na maternidade. Duas mulheres muito diferentes dão à luz no mesmo dia no mesmo hospital e, 4 meses depois, são informadas que suas bebês foram trocadas e que o melhor a fazer é destrocá-las. Inconformadas e incapazes de fazer a destroca, mesmo não gostando uma da outra decidem que o melhor é morarem juntas até que uma das bebês desmame – e isso dá origem a uma amizade inusitada e muitas confusões. Disponível na Netflix, atualmente já está na terceira temporada.

Aclamada pela crítica e usada como ponto de partida para discussões importantes sobre o impacto da maternidade na vida das mulheres, especialmente daquelas vítimas de violência doméstica, Maid é uma série imperdível. São 10 episódios que contam a história de Alex, uma jovem mãe de uma menina pequena, que luta com todas as forças para sair de um lar abusivo e se tornar independente. Em alguns momentos sentimos junto com ela o desespero na sua luta contra a pobreza e a falta de suporte familiar e da sociedade, até que finalmente se vê uma luz no fim do túnel. Está disponível na Netflix.

Por último, vale falar sobre a série derivada do livro Pequenos Incêndios por Toda Parte (disponível na Amazon Prime). O livro é ótimo mas a série eleva a tensão entre as protagonistas Elena e Mia a outro nível – e nos faz questionar quanto delas carregamos em nós mesmas, em termos de expectativas em relação aos filhos, em quão longe iríamos por causa deles e o quanto abrimos mão de nós mesmas depois da maternidade.

Filmes sobre Maternidade

Indicado ao Oscar 2021, Pieces of a Woman é um filme muito, muito triste. Somente a história já seria triste: uma mulher perde a filha logo após seu nascimento e vive um luto intenso, somado à pressão da família para processar a parteira que a auxiliou no parto domiciliar. Mas o sofrimento atinge um outro nível por ser retratado em poucos diálogos – o mais impressionante é o fim do casamento, quase sem palavras. É angustiante ver os meses se passando sem alívio, até o final do filme e um fechamento psicológico para a protagonista: o testemunho dessa mãe órfã da filha no processo contra a parteira. Disponível na Netflix.

18 Presentes é um filme italiano que retrata um dos maiores medos de quem é mãe: não presenciar o crescimento do filho. Diagnosticada com câncer já no final da gravidez, Elisa planeja como estar presente para sua filha mesmo após a morte e deixa 18 presentes, um para cada aniversário até que ela complete 18 anos. E às vésperas de Anna, a filha, completar 18 anos, ela sofre um acidente, fica desacordada e sonha que voltou ao passado e encontra a mãe ainda grávida, tendo a chance de enfim conhecê-la. Nem preciso dizer que é filme pra chorar, né? Disponível na Netflix.

Um filme leve e engraçado, daquele jeito espanhol de ser cômico: Thi Mai é uma comédia espanhola cujo ponto de partida é a tenacidade de uma mãe em luto. Pouco tempo após perder a única filha num acidente, Carmem descobre que o processo de adoção que a filha havia iniciado foi aprovado e que sua neta está aguardando num orfanato no Vietnã – mas com a morte da filha, a adoção é automaticamente cancelada. Ela e duas amigas partem então para Hanói, na intenção de convencer as autoridades que ela deseja e pode adotar a criança no lugar da filha, numa jornada repleta de confusões e descobertas. Disponível na Netflix. 

Um filme que amo muito e que retrata bem as inúmeras nuances que a maternidade pode ter: Um Sonho Possível. Baseado numa história verídica, conta a história de um adolescente negro, pobre e quase analfabeto, que por acaso topa com uma família rica e é adotado por ela. Com destaque para a ajuda da mãe, interpretada de forma brilhante por Sandra Bullock, o jovem se desenvolve e consegue se destacar no futebol. O relacionamento deles é comovente e a história é linda. O filme está disponível na Amazon Prime Video.

Por último nessa lista, um filme que retrata mães já de filhos adultos, e como essa relação mãe e filho se modifica com o tempo: Mãe e Muito Mais conta a história de 3 amigas cujos filhos cresceram juntos e hoje, mesmo com eles já adultos e fora de casa, continuam muito próximas. Após um dia das mães particularmente difícil e se sentindo esquecidas pelos filhos, as três decidem viajar juntas a Nova York para encontrá-los e se reconectarem com eles. Lá descobrem que sua presença é incômoda e os encontros se revelam uma grande lavação de roupa suja do passado, o que explica porque os filhos decidiram se manter afastados. Disponível na Netflix.


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Respostas de 17

  1. Adorei as dicas! Já vou assistir 18 presentes hj mesmo! Quem diria que eu tb ia sentir tanta falta das festinhas na escola…

  2. Oi Cíntia! Nossa, quanta opção bacana pra curtir o dia e mês das mães! Adorei a lista de livros, filmes e séries sugeridas. Eu fiquei sinceramente interessada na série O Começo da Vida e no filme 18 presentes, acho que vou aprender bastante e, de alguma forma, me ajudar enquanto mãe. Obrigada!

  3. Quantas dicas legais, que agradam todos os generos, muitas opções bem leves e outras bem intensas!!! Vou guardar este post para ler alguns destes livros que não li ainda e parecem ótimos! beijos

  4. Amei sua seleção de livros, filmes e serie para do dia das mães Cintia. Consegue agradar a todos os gostos né? Já vou fazer minha listinha .

  5. Que lista fantástica! Eu realmente gostei e vou consultar o post sempre que quiser encontrar algo bacana. O legal é que tem pra rir, refletir, chorar e por ai vai. Esta semana mesmo já vou começar!

  6. Ótimas sugestões de livros e séries para o dia das mães. Li e assisti a alguns da sua lista. Tão bom ter streaming, a gente tem acesso a diferentes formas de contar uma história, de acordo com a nacionalidade/cultura.

  7. Eu sou apaixonada pelos livros, filmes e series Mulherzinhas, O Quarto e Gilmore Girls e amei sua seleção de dia das mães! Já estou doida para ler Os Bebês de Auschwitz depois da sua indicação. Arrasou!

  8. Neste momento, sugestões de livros, filmes e séries são muito bem vindas. Adorei o post! Uma lista incrível para celebrar este Dia das Mães.

  9. Nossa! Estou revendo a série Tal mãe tal filha e eu amo demais essa série! Ela é muito aconchegante e a relação delas é realmente muito interessante de observar, tanto a conturbada entre a Lorelai e sua mae como a da Lorelai com a Rory! Adorei as dicas!

  10. Que lista mais eclética com livros, filmes e séries sobre maternidade. Tem variados pontos de vista sobre as mães, né? Fiquei curiosa com algumas abordagens e recortes, tem acervo para explorar o ano inteiro.

  11. Uma ótima lista de livros, filmes e séries para o dia das mães. Como você disse, há mães de vários perfis, mas o amor pelos filhos e a montanha-russa de criá-los, educá-los une todas as mamães. Sua seleção mostra bem isso.

  12. Adorei sua lista de livros, filmes e séries sobre maternidade. Muitas destas obras eu não conheço e fiquei bastante curiosa. Ótima lista!

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