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Colonia del Sacramento a 2: roteiro de 1 dia e 1 noite

Conteúdo atualizado em 25 de fevereiro de 2024

Começo esse post já adiantando que Colonia del Sacramento é um encanto! Aliás, o Uruguai já tinha me encantado quando fomos pra Punta del Este e arredores, e Colonia não decepcionou. A cidade se assemelha a Paraty, no Rio, por também ser uma cidadezinha pequena com uma parte histórica preservada, e ser à beira-mar – ou beira-rio, no caso de Colônia. Muita gente afirma que um dia é suficiente para conhecer a cidade e faz bate-volta de Buenos Aires, de barco, ou parte de Montevidéu, distante apenas 180 km de carro. Mas nós afirmamos: se puder faça como nós e passe uma noite por lá, vale a pena!


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vista do porto de Colônia do Sacramento

História de Colonia del Sacramento

Fundada em 1680 pelos portugueses, Colônia do Sacramento foi disputada inúmeras vezes pelos espanhóis e pelos ingleses, até a declaração de independência do Uruguai, em 1825. O principal motivo de tanta disputa é sua localização estratégica: à margem direita do Rio da Prata, era um porto importante para escoamento de tudo que era extraído e produzido nas colônias. As brigas foram tantas que a cidade era cercada por uma muralha, da qual hoje só resta o portão principal (o Portón de Campo). Todo o bairro histórico é tombado como Patrimônio da Humanidade.

vista do centro histórico

O que fazer em um dia em Colonia del Sacramento

A principal atração de Colônia é seu bairro histórico e nós começamos o passeio pelo porto, que tem dois cais: um de madeira, mais antigo, e outro mais novo, de concreto. A largura do rio da Prata é sempre impressionante: parece um mar, pois não se vê Buenos Aires na outra margem.

cais antigo

O cais de madeira é um charme, com suas luminárias antigas. Mas o outro também tem seu encanto, e uma vista incrível da cidade.

cais mais recente

Dali seguimos para a Rambla, uma rua que segue a margem do rio e um ponto para ver o famoso pôr-do-sol da cidade. Fazia muito frio e o vento estava geladíssimo, mas no verão imaginamos que deve ser delicioso ficar em um dos vários barzinhos por ali. Para fugir do vento, fomos em direção ao Farol, que data de 1857 e permite uma visão 360o da cidade. Paga-se uma pequena taxa para entrar (25 pesos, aproximadamente 3 reais) e subir a escadaria estreita em caracol que leva até o topo. A vista é realmente maravilhosa e vale cada degrau!

Na porta fica um mapinha em azulejo, bem didático, explicando os limites territoriais das cidades que ficam à beira do rio e também a divisão do rio da Prata entre Argentina e Uruguai.

O farol foi construído sobre as ruínas do Convento de São Francisco, destruído por um incêndio em 1704. As ruínas permanecem lá, ao lado do farol, um resquício da influência portuguesa na cidade.

É interessante observar as influências portuguesas e espanholas na arquitetura, e talvez por isso a cidade nos lembre um pouco as cidades históricas brasileiras. O design mais português de alguns edifícios ao lado de outros, com linhas mais retas e clara influência espanhola.

Ali pertinho também ficam as ruínas da Casa dos Governadores, onde ficaram só as demarcações de pedra no chão, não restando nenhuma parede. Há uma placa explicando que a arquitetura da casa era típica portuguesa.

Na Plaza Mayor há muitas espécies de árvores frutíferas não nativas da região, trazidas pelos colonizadores portugueses e espanhóis, formando um cenário muito bonito.

Ali da Plaza Mayor saem várias ruazinhas que terminam quase à beira do rio, entre elas a famosa Calle de los Suspiros, considerada local super romântico onde os uruguaios costumam fazer pedidos de casamento. Uma pena que a história verdadeira não tem nada de romântica: na verdade a rua abrigava as casas de prostituição da cidade no período antes da independência do Uruguai.

Ao final da Plaza Mayor chega-se ao Portón de Campo, o portão da muralha que protegia a cidade. Por todo lado há bancos para se sentar e apreciar a vista do rio, e uma das atrações é subir ao lado da muralha e descer na prainha lá embaixo. Nessa hora ficamos com muita saudades dos malinhas, pois o local estava cheio de crianças!

Ficamos também muito impressionados com a Basílica de Santísimo Sacramento, uma igreja originalmente levantada pelos portugueses e modificada pelos espanhóis. Ela passou por uma restauração impressionante, que procurou revitalizá-la mas mantendo aspectos de ambas influências. Em vários pontos vê-se um pedacinho do piso original, da pintura de uma das paredes, imagens da época espanhola… tudo isso num ambiente que parece novo. Muito interessante, pois normalmente as restaurações procuram manter tudo o mais próximo possível do original, mas nessa igreja o moderno e o antigo foram combinados de forma harmoniosa.

Depois dessa exploração por ali, seguimos em busca do Bastión del Carmen, que seriam as ruínas da outra ponta da muralha que protegia a cidade. As ruínas ficam dentro da área aberta do Centro Cultural Bastión del Carmen, próximo ao porto, à beira do rio. O Centro Cultural ocupa um prédio construído em 1880, que funcionava mais ou menos como um forte, para defesa daquele ponto da cidade. Mais parte o prédio virou uma fábrica de várias coisas – sabão, couro – e armazém, e anos depois foi adquirido pelo governo e se tornou um centro cultural (o único da cidade, aliás).

A entrada é gratuita e o centro abriga muitas exposições de artistas locais e de fora, além de um teatro. Na área livre ficam a famosa chaminé – que pode ser vista de longe -, as ruínas das antigas muralhas, esculturas e uma vista linda do porto. Vimos o pôr-do-sol ali, mesmo com algumas nuvens foi lindo!

Na cidade também há também cinco pequenos museus: Municipal, Português, Espanhol, do Azulejo e Indígena, todos eles em antigas casas. O maior de todos, o Museo Municipal, ao lado da Plaza Mayor, vende ingressos para todos eles (tipo um combo 5 em 1), e abriga uma exposição muito interessante que mistura história da cidade com paleontologia (na parte externa há até um esqueleto de baleia). Infelizmente não conhecemos nenhum – no dia da nossa viagem o Museo Municipal não estava aberto a visitantes, e no Português chegamos quase na hora de fechar. Aliás, esse é uma informação importante: eles não abrem todos no mesmo dia, é preciso se informar antes de comprar os ingressos.

Um charme da cidade são as lojinhas, que vendem desde as quinquilharias básicas de sempre – chaveiros e ímãs de geladeira -, até produtos de pele de carneiro e artesanato em barro e madeira. Nós, que somos doidos por lembrancinhas inusitadas de viagem, ficamos até na dúvida sobre o que levar!

Ficamos com muita vontade de voltar lá com os malinhas, no verão, para aproveitar mais os cafés e restaurantes. Com frio a cidade é linda, no calor deve ser ainda melhor!

Dicas úteis para aproveitar a cidade

– Aconselho levar um bom tanto de dinheiro vivo, pois para algumas coisas – visita guiada, compras pequenas nas lojinhas, sorveterias – não se aceita cartão de crédito, ou se cobra uma porcentagem em cima do valor total. Seja mais esperto que a gente e já chegue preparado!

– Vários lugares não aceitam Mastercard o que foi um problema para nós, que só temos cartão dessa bandeira. Tínhamos que perguntar em todos os estabelecimentos antes de entrar.

– Talvez por ser inverno e dia de semana, tivemos alguma dificuldade de encontrar um bom restaurante para jantar à noite na parte histórica. Durante o dia havia muitas opções, mas à noite poucos estavam abertos (e desses poucos, alguns não aceitavam Mastercard!).

– Na Av. General Flores, uma das principais avenidas da cidade, há várias casas de câmbio que trocam dólares, reais e pesos argentinos.

– Super recomendo fazer a visita guiada ao centro histórico, que se inicia no Centro de Informação ao Turista, ao lado do Portão. Reserve visitas guiadas, excursões e transfers em Colônia do Sacramento pelo nosso parceiro Civitatis.


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Somos uma família de 4: eu, Cíntia, engenheira de formação mas que sempre gostei de escrever e viajar; marido, que me acompanha nas viagens desde 2009; e nossos dois malinhas, Letícia e Felipe, atualmente com 14 e 11 anos, que carregamos por todos os lugares desde que ainda estavam na minha barriga.

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Respostas de 14

  1. Colonia Del Sacramento é mesmo um encanto! Tem muito anos que visitei, mas achei a passagem muito rápida e sempre tive vontade de voltar. Lendo seu post me animei! Obrigada por compartilhar a sua experiência.

  2. Também achei que Colonia lembra muito Paraty. Que interessante a ideia de dormir lá uma noite, ao invés de fazer bate volta. Também fiz a visita guiada e achei muito interessante. Só tive dificuldade às vezes de entender o guia quando falava muito rápido em espanhol.

  3. fiz essa viagem com o meu marido (na epoca namorado) e foi nossa primeira viagem ao exterior juntos, foi inesquecivel e bem romantica! recomendo colonia a todos!

  4. Sensacional. É exatamente isso que queremos fazer. Mas prnsamor em ir de barco. Na éloca, o que era melhor e mais em conta? O que nos sugere? Avião ou barco? 1 ou 2 dias lá? Depois iremos a Montevidéu e região. Voltaremos de lá ao Brasil.

    1. Um dia em Colonia é o suficiente, mas dá para ficar mais, a cidade é linda! Sugiro ir de barco de Buenos Aires a Colonia, e então alugar um carro para o restante do roteiro. É muito fácil andar no Uruguai, e as cidades são próximas umas das outras.

  5. Colonia del Sacramento está entre os destinos que mais desejo conhecer na América do Sul, já que estive em Buenos Aires e não consegui realizar este sonho.
    Teria sido tão fácil, mas não tive tempo de pegar o barco e ir até o Uruguai para conhecê-la, infelizmente.
    Pretendo voltar à Buenos Aires com minha família e incluir um passeio à Colônia del Sacramento na próxima vez, vai ser muito lindo, ainda mais com suas dicas. Muito obrigada!

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